Rita Lee morreu aos 75 anos de idade na última semana e vem deixando saudades, especialmente nos três filhos, Roberto, João e Antonio, todos frutos do relacionamento da cantora com Roberto de Carvalho, com quem iniciou um romance em 1976.
Em sua rede social, o filho mais novo de Rita, e também o mais discreto dos três, Antonio fez uma declaração de amor pública à artista pelo Dia das Mães, comemorado neste domingo (14). "Esse foi o ultimo autógrafo da minha mãe", mostrou.
Antonio iniciou recordando momentos que viveu ao lado da mãe na infância. "Pessoas surgiam do nada com papel e caneta, mãos meio trêmulas. Ficavam hipnotizadas enquanto minha mãe fazia uns rabiscos. Depois, pegavam o papel de volta e saíam chorando, emocionadas", entregou.
E assumiu que, antes, não entendia o significado do autógrafo, mas que com o tempo passou a compreender a emoção: "O autógrafo é analógico. É uma relíquia, um pedaço daquele momento, uma prova viva com reconhecimento de firma que o encontro realmente aconteceu". "Nunca vi minha mãe negar um autógrafo", garantiu.
Com câncer no pulmão, Rita Lee passou por diversos tratamentos e muitos dias no hospital antes de morrer. Um deles acabou se tornando especial e marcante para o filho caçula da artista. "Enquanto visitava ela no hospital com meu filho Arthur, de 5 anos, o assunto veio à tona. Eu comentei que a vovó Rita tinha um autógrafo muito legal, com desenho de disco voador e tudo! Ele ficou animado: 'Eu quero um autógrafo da vovó Rita!' E ela, claro, não negou", contou.
E foi neste momento que Antonio percebeu a fragilidade da mãe, que chegou a fazer uma previsão sobre o dia de sua morte que, de fato, vem se realizando. "Coloquei no colo dela um papel e uma caneta. As mãos estavam fracas, o punho já não tinha a mesma flexibilidade de antes. Mas ela se lançou no desafio. Primeiro, fez a dedicatória e a assinatura. Depois, o disco voador, provavelmente seu assunto preferido. Ela sempre se dedicava mais nessa parte", recordou.
"Enquanto terminava o desenho, reclamou que a mão não obedecia como queria. Não satisfeita com o disco, tentou desenhar outro mais para a direita, só para provar a si mesma que conseguia fazer um melhor. Até que desabafou: 'a mão não tá indo, saco!'", entregou.