Uma das artistas mais lendárias da história da música brasileira, Rita Lee morreu na noite desta segunda-feira (08) e uma série de homenagens estão sendo prestadas. Uma delas foi anunciada pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, na tarde desta terça-feira (09): a cantora vai virar nome de praça na capital carioca.
A notícia foi confirmada pelo político através do Twitter. "Triste com a morte dessa mulher que marcou a vida da minha geração e de tantas outras! Ah! Aqui no Rio vamos atender seu desejo e ela vai ganhar uma praça com seu nome! Meus sentimentos aos amigos, familiares e a enorme legião de fãs!", disse Eduardo.
O desejo a qual Eduardo se refere foi revelado através de uma entrevista a um programa de Fernanda Young, amiga pessoal de Rita. No "Irritando Fernanda Young", em 2006, a cantora perguntou: "Você acha que quando eu morrer eu vou ganhar nome de rua?".
Fernanda achou a possibilidade um tanto quanto cafona, mas Rita insistiu: "Uma pracinha?". "Você quer?", questionou a apresentadora. A rockeira confirmou que, sim, queria virar nome de pracinha e ainda pediu uma forcinha para a amiga. "Se eu tiver lá na parada ainda, eu trabalho por isso, com certeza", disse Young, que veio a falecer quase quatro anos antes.
Para além da entrevista com Fernanda Young, é impossível não ler a declaração de Eduardo Paes e não associar ao capítulo "Profecia", da autobiografia de Rita Lee. No trecho, ela fala como imagina que seria a comoção em torno de sua morte. A rockstar não virou "nome de rua sem saída", como ela suspeitava, mas será homenageada em uma praça na cidade que ela tanto amava, se tornou cidadã honorária e torcia para que voltasse a ser capital do Brasil.
"Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída. Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão 'Ovelha negra'", diz o trecho de "Rita Lee: Uma autobiografia", de 2016.