Rita Lee morreu há pouco mais de um mês, mas seu já imortal legado deve ganhar novos conteúdos em breve. Quem conta a novidade é Roberto de Carvalho, marido e principal parceiro musical da artista durante 46 anos. Em entrevista à revista Veja, o músico comentou o material inédito que a esposa deixou guardado.
"Nossos filhos é que estão envolvidos nessa parte. João fez recentemente uma bela releitura de nossos hits e lançou álbuns com remixes. Beto está fazendo shows em homenagem a ela com uma banda formada por músicos que já tocaram conosco. E Antonio, que é das artes plásticas, está desenvolvendo coisas nessa área. Vou supervisionar tudo", disse Roberto.
Roberto ainda adiantou projetos e ideias que envolvem o legado de Rita. "Existe o projeto de uma cinebiografia, tem ainda documentários e filmes. Tenho interesse em fazer um filme sobre nossa história de amor, uma love story musical. Temos, ainda, muitos shows ao vivo gravados e algumas músicas inéditas (mas não muitas). Lançaremos em disco a apresentação que fizemos em 2002 no Luna Park, em Buenos Aires, por exemplo", adiantou.
Roberto ainda entregou que existe a possibilidade de a inteligência artificial, tecnologia mais comentada do momento, auxiliar em outros lançamentos. "Li que Paul McCartney vai usar inteligência artificial para restaurar a voz de John Lennon em uma fita demo. Também temos coisas gravadas em fitinhas cassetes dos anos 1970 e 80. Quem sabe o que pode acontecer? É necessário tempo e tecnologia para que essas coisas sejam feitas", diz ele.
Rita e Roberto compuseram juntos, em uma sinergia poucas vezes vista na música, os principais hits da carreira da artista, como "Lança Perfume", "Flagra" e "Desculpe o Auê". Muitas dessas canções entregavam bastante da intimidade do casal.
"'Mania de Você' surgiu após um momento de amor e sexo. Estávamos deitados naquele estado pós-orgásmico e eu peguei o violão, que ficava ao lado da cama. Comecei a balbuciar uma melodia e Rita, que sempre tinha um caderninho ao lado, escreveu a letra. Em vinte minutos, a gente já tinha letra e música", relembra Roberto, ainda em entrevista à revista Veja.