Como é a sua relação com o açúcar? Adora um docinho depois do almoço ou do jantar, mas se contenta só com um pedaço, ou está se come um pouquinho, não consegue mais parar? Considerando-se que uma alimentação saudável é baseada no equilíbrio alimentar e surge, então, uma pergunta: será que realmente açúcar vicia?
A polêmica ficou ainda mais em voga diante do comportamento de Arthur Aguiar do "Big Brother Brasil 22": o brother revelou não consumir o ingrediente em casa, foi alvo de críticas da mulher, a coach de emagrecimento Maira Cardi e o comportamento dela foi apontado como "terrorismo alimentar" sobre outros especialistas.
A nutricionista Tania Alves explica que a avaliação de cada paciente deve individualizada, mas o ingrediente, quando consumido de modo excessivo, pode ser trazer danos ao metabolismo e até configurar um transtorno alimentar e, assim, trazer prejuízos também para saúde mental.
"Na prática, o que vemos são pessoas que mesmo doentes, com obesidade e diabetes, por exemplo, não conseguem parar de consumir açúcar. Muitas vezes, até por falta de apoio familiar/social na decisão de se abster da substância", explica a especialista.
Para diferenciar a inclusão do açúcar de modo equilibrado na dieta ao vício no ingrediente, a expert destaca critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS) associados ao transtorno por abuso de substâncias.
Eles podem ser classificados como leves, moderados ou graves, dependendo de quantos critérios de diagnóstico uma pessoa atende. "Quatro a cinco são considerados moderados e, se você atender a seis ou mais critérios, terá um transtorno grave por uso de substâncias", indica Tania Alves, reforçando a necessidade da procura por diagnóstico individualizado.
1. Uso perigoso: você usou a substância de maneiras que são perigosas para você e / ou outras pessoas, ou seja, uma overdose, dirigido sob a influência ou desmaiado.
2. Problemas sociais ou interpessoais relacionados ao uso: O uso de substâncias causou problemas de relacionamento ou conflitos com outras pessoas.
3. Funções principais negligenciadas: Você não cumpriu com suas responsabilidades no trabalho, na escola ou em casa por causa do uso de substâncias.
4. Abstinência: ao parar de usar a substância, você experimenta sintomas de abstinência.
5. Tolerância: você construiu uma tolerância à substância, de modo que precisa usar mais para obter o mesmo efeito.
6. Utilizou quantidades maiores/por mais tempo: você começou a usar quantidades maiores ou a usar a substância por mais tempo.
7. Tentativas repetidas de controlar o uso ou encerrar: você tentou reduzir ou desistir totalmente, mas não teve sucesso.
8. Muito tempo gasto usando: Você gasta muito tempo usando a substância.
9. Problemas físicos ou psicológicos relacionados ao uso: o uso de sua substância causou problemas de saúde física, como danos ao fígado ou câncer de pulmão, ou problemas psicológicos, como depressão ou ansiedade.
10. Atividades que deixaram de usar: Você pulou atividades ou parou de fazer atividades de que gostava antes para usar a substância.
11. Desejo: você experimentou desejos pela substância.
A nutricionista aponta que, para ser diagnosticado com um transtorno por uso de substância, você deve atender a dois ou mais desses critérios em um período de 12 meses.
Caso seja o caso, é essencial procurar ajuda especializada, com profissionais de sua confiança e certificados pelos respectivos conselhos de profissão.