Paulo Gustavo morreu na última semana vítima de complicações da Covid-19, aos 42 anos de idade, pouco depois do último boletim médico do hospital Copa Star, onde o ator ficou internado por mais de 50 dias, afirmar que o estado de saúde dele era irreversível.
Em entrevista ao "Fantástico", deste domingo (09), Déa Lúcia do Amaral, mãe de Paulo Gustavo, lembrou o momento de despedida do filho. Segundo Déa, a família foi chamada ao hospital quando o artista, cremado em um cemitério de Niterói, teve morte cerebral confirmada.
"Eu segurei em uma mão dele, a Ju [Amaral, irmã do ator] na outra, o Thales [Bretas] no pé, o Julio [pai de Paulo Gustavo] ficou fazendo carinho na cabeça. Aí eu chamei a Penha [madrasta] para segurar na mão dele comigo porque ela também participou da vida dele. Aí cantamos a oração de São Francisco, que ele sempre pedia para cantar", contou. E Julio completou: "Os batimentos cardíacos começaram a diminuir [durante a música] e pararam. Aí fechamos a cortina e fomos embora".
Déa Lúcia relembrou o início da carreira de ator do filho, cujo tratamento contra a Covid-19 custou mais de R$ 1 milhão. "Ele falou que ia escrever uma peça, ficar rico. Eu perguntei: 'Você foi expulso de duas escolas e vai escrever uma peça?'. Eu achei que não ia dar certo, mas essa mãe [do sucesso 'Minha mãe é uma Peça'] sou eu, a avó, todas as mães da família, que são fortes", contou.
E surpreendeu ao revelar um detalhe curioso sobre o dia em que Paulo Gustavo morreu. "Meu filho passou [pela vida] como um cometa. Ele estreou [como ator] num dia 4 de maio às 21h e morreu num dia 4 de maio às 21h12. Ele começou um ciclo e terminou o ciclo [no mesmo dia]. Tudo dele é muito incrível", afirmou.
Apesar de toda a dor pela perda do filho, Déa Lúcia sorriu ao falar de Paulo Gustavo: "Não estou bem, mas eu sou capaz de rir. Eu, quando falo dele, eu conto as coisas, eu rio, porque ele detestava quando eu chorava. Ele dizia: 'lá vem mamãe'. Então, eu tenho que ter força". E completou: "Eu falo dele eu rio. Nada dele pode ser muito sério a não ser a dor da saudade".
Déa Lucia saiu do sério quando falou sobre as mortes nessa pandemia do Coronavírus. "A cada morte de um filho [por causa da pandemia] eu chorava por essa mãe, sem saber que meu filho ia passar por isso", lamentou. E disparou: "A corrupção mata! Roubar na pandemia é assassinato! Essa luta vai ser minha. Eu vou falar isso o tempo todo. Desculpa meu desabafo".
A mãe do artista assumiu que, daqui pra frente, vai se apegar em Gael e Romeu, de 1 ano, filhos de Paulo Gustavo com Thales Bretas. E mostrou bom humor ao falar do marido do filho: "Thales vai ter que dividir eles com a gente de qualquer maneira. Thales é magrinho, eu dou uma chave de braço nele e fico com os dois".
Ao lado da mãe, Ju Amaral, que pediu orações para o irmão enquanto ele esteve internado, falou, aos prantos, sobre o como está após a morte do artista. "Eu fico assim [chorando] 24 horas por dia. Nós éramos colados, ele é minha metade, meu melhor amigo", afirmou. E lamentou: "A minha mãe é uma rocha. Eu deveria estar consolando ela, mas ela é que faz isso por mim".