Recluso após a derrota nas eleições presidenciais deste ano, o presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou atenção ao chorar durante uma cerimônia de promoção de oficiais nesta segunda-feira (05). De acordo com a jornalista Andréia Sadi, o motivo das lágrimas do político não está relacionado com a vitória de Lula (PT) nas urnas e, sim, com a falta de apoio dos militares em seu projeto de questionar a legitimidade do resultado da votação.
Segundo Andréia, militares que estiveram com Bolsonaro no evento traduziram o choro como um sentimento de "a ficha caiu" em relação à falta de apoio das Forças Armados em "qualquer projeto de tumulto democrático". "De contestação do resultado das eleições a bloqueios na posse do presidente eleito de Lula", explicou a jornalista.
Ainda segundo a matéria de Andréia Sadi, o presidente não recebeu sinalização de que teria respaldo dos oficiais para qualquer manobra antidemocrática. Até os militares aliados do governo afirmam que Bolsonaro está isolado.
"Bolsonaro está diferente dele mesmo. Não interagiu, não brincou. Não me lembro nos últimos quatro anos de vê-lo introspectivo assim", disse um militar, ao blog de Andréia Sadi. "Bolsonaro não tem assessor, tem claque, tem plateia. Essa plateia fala o que ele quer ouvir, não fala a verdade. Então, ele se isola", completou.
Desde a derrota nas eleições, o núcleo familiar de Jair Bolsonaro tem acumulado polêmicas. A primeira começou horas depois do resultado das eleições. Internautas notaram que ele e a esposa, Michelle, deixaram de se seguir no Instagram. Ela desmentiu que o marido tenha dado unfollow em seu perfil e a ação foi atribuída a Carlos Bolsonaro, com quem ela não nutre uma boa relação.
Michelle também esteve no centro de outras duas graves polêmicas: o deputado federal Julian Lemos (União Brasil-PB), ex-aliado do presidente, acusou Bolsonaro de ter agredido a esposa, enquanto a ex-mulher de Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), disse que o político já teve um caso com a primeira-dama. Nenhuma das acusações foram provadas.
Na última semana, Eduardo Bolsonaro causou polêmica ao ser flagrado curtindo a Copa do Mundo no Catar. Ele argumentou que foi ao país para entregar pen-drives com "vídeos em inglês explicando a situação no Brasil". A justificativa não convenceu todos os apoiadores do pai, que acampavam em diversos locais do Brasil enquanto o parlamentar aproveitava o evento esportivo.