Paola Carosella não poupou detalhes sobre a sua vida ao ser entrevistada por Igão e Mítico no "PodPah". Além de ter causado a maior polêmica com Virginía Fonseca, o que fez a cozinheira precisar vir a público se pronunciar nas redes sociais, ela ainda revelou um episódio de machismo que sofreu no início da carreira.
Aos 18 anos, Paola começou na cozinha como estagiária de um restaurante que fazia fondue e raclete: "Foi o único cozinheiro, nessa época, que aceitou me receber como estagiária porque ele só trabalhava com mulheres. Os outros falaram 'não, garota, aqui você vai ser esfaqueada, então sai daqui'. Não tinham mulheres trabalhando em cozinha. Tô falando de 1989."
O chefe de Paola, no entanto, não empregava mulheres porque acreditava na igualdade de gênero: "Ele só trabalhava com mulheres porque a cozinha era muito pequena e ele tinha uma teoria de que mulheres se expandiam muito menos do que homens na bancada de trabalho (...) Eu não sei se é verdade, mas ele achava que era assim."
"Eu comecei na praça de entradas e sobremesas com uma senhora que devia ter, na época, uns 50 anos, que vestia um avental cor de rosa para cozinhar", relembra Paola, que atualmente apresenta o programa "Minha Mãe Cozinha Melhor Que a Sua", na Globo. "Olha só como ser chef de cozinha colocava as mulheres num lugar diferente! Se você fosse ia num restaurante que tivessem homens, os caras estavam de doma de cozinheiro. Ele colocava as mulheres num lugar bem inferior, porque ele era um mala, mesmo", desabafa.
Segundo Paola, seu chefe tratava as mulheres como cozinheiras de forma pejorativa: "Nada errado! Eu me chamo de cozinheira. Eu não gosto que me chamem de chef de cozinha. Eu adoro ser cozinheira, eu sou cozinheira, eu serei cozinheira, mas ele colocava as mulheres como sendo cozinheiras por ser um trabalho não tão elegante ou não tão renomado quanto chef, enquanto os homens eram chamados de chefs de cozinha."