A liderança feminina é um tema bastante controverso no que diz respeito a quanto as empresas estão contribuindo para a igualdade de gênero. Ainda que a sociedade tenha evoluído muito em comparação à décadas atrás, ainda há o que fazer.
Não se trata apenas de entender que é preciso oferecer as mesmas oportunidades para as profissionais do sexo feminino, mas sim de enxergar o potencial que elas têm de contribuir para uma cultura organizacional mais forte.
"A mulher consegue desenvolver no ambiente corporativo a criatividade e diversidade das atividades de uma forma muito mais rápida e dinâmica. A visão de multiplicidade de ideias também é algo que me chama atenção, além da influência, bom humor e autenticidade. O acolher da mulher, pela própria natureza de gerar, cuidar, ser mãe, nos dar mais resiliência e cuidado no agir", afirma a empresária Daniela Lacerda.
A presença de mais lideranças femininas contribui para evitar ocorrências comuns no ambiente de trabalho: comentários passivo-agressivos, agressões veladas, desprezo por sua capacidade intelectual, assédios sexual e moral, medo de demissão por gravidez, falta de oportunidade e questionamentos sobre sua inteligência emocional.
"Sempre falo que o que torna uma pessoa líder, são as ações que ela toma. Um líder influencia, cuida, ensina e transforma. A mulher tem isso por natureza, então, quando se dedica e percebe esse 'poder', as iniciativas e o crescimento são constante. Olhar dentro de si e perceber o nosso valor é o primeiro passo para cuidar melhor do outro, gerir com confiança e ousadia os nossos negócios", diz.
Estudos revelam que apenas 3% das mulheres ocupam cargos de liderança no Brasil. Além das questões sociais, fatores como a sobrecarga de atividades domésticas e demais responsabilidades com o cuidado da família também são alguns dos principais desafios.
"Sabemos que ainda é pequena a representatividade da mulher em cargos mais altos. Ainda rotulam, mesmo que de uma forma discreta 'o que é trabalho para homem, o que é trabalho para a mulher'. Quando fundei minha rede de supermercado, lembro que a minha figura feminina ainda era cercado de dúvidas e perguntas constrangedoras, do tipo 'Seu marido vem? Quem é o seu pai?'. Ou seja, eu não era capaz ou não era possível na visão deles aquela mulher 'sozinha' chegar onde chegou, conquistar o que estava conquistando", relembra a CEO da rede Corujão.