No dia 28 deste mês, a morte da modelo Carol Bittencourt vai completar dois anos. A paulistana faleceu aos 37 anos após cair de uma lancha em Ilhabela, cidade litorânea de São Paulo. Filha da artista, Isabelle Bittencourt compartilhou um relato sobre como lida com a perda em suas redes sociais. "Uma das perguntas que mais recebo no Instagram é sobre como superei e como consegui seguir adiante. Acho muito importante que pessoas que passam por situações parecidas consigam ter relatos de outras pessoas", contou a jovem.
A jovem de 19 anos explicou que, inicialmente, quis tomar à frente dos cuidados da família. "Meu instinto foi abraçar todo mundo que estava em volta. Minha avó que estava mal, meu avô e meu padrasto. Eu queria abraçar todas essas pessoas e trazer para perto. Tomei o papel de quem cuida e não de quem é cuidada. Naquele momento, eu precisava ser cuidada. Acabei tomando esse papel porque eu queria. Só que eu não tinha noção de como isso poderia me prejudicar futuramente", afirma Isabelle, responsável por organizar um bazar beneficente com roupas da mãe.
Em seguida, Isabelle aponta ter vivido uma fase de "rebeldia". "Virei a típica adolescente rebelde. Deixei de acreditar em tudo. A primeira coisa que questionei e deixei de acreditar foi Deus. Para mim, não era possível Deus ter deixado aquilo acontecer comigo. Para mim, isso [a morte] era uma forma de me castigar e castigar a minha mãe. Eu achava muito injusto", indicou a jovem.
Segundo ela, um conselho de seu pai foi fundamental para ela mudar a perspectiva como encarava o acontecimento. "Foi aí que meu pai [Giba Ruiz Vieira] falou uma frase, que levo até hoje, e isso me deu o gatilho de procurar ajuda. Ele falou: 'Você não precisa acreditar em Deus, em Alá ou nesses nomes que as religiões dão. Mas você precisa ter fé. Se você tiver fé de que existe uma força maior, tudo vai fazer sentido'. Quando meu pai falou isso, (...) de que eu tinha que ter fé e acreditar em força maior, passei a falar: 'Tenho que me cuidar'. Fui atrás de psicólogos, psiquiatras e, na sequência, uma ajuda espiritual", disse.
A jovem ainda acrescentou: "Isso aqui é um grande campo de aprendizado, para o qual viemos para evoluir, acreditar e crescer. Acho que ela já tinha terminado a missão dela. Sei que vou reencontrá-la quando eu for evoluída o suficiente".
"Diariamente tento me lembrar dela. Trago a presença dela para que [tudo] fique mais leve e para que ela continue presente comigo. Não tentei esquecer o que aconteceu ou me esquecer dela para tentar superar. Trouxe ela para perto de mim", afirmou. Veja a seguir o relato completo!
(Por Marilise Gomes)