Com 20 kg a menos após aderir à dieta em sachê por conta de uma operação na vesícula, Fabiana Karla, atualmente com 91 kg, inspira mulheres a se sentirem bem com o próprio corpo. "Aceitação jamais foi um problema para mim. Eu me amava quando pesava 69 kg assim como me amo hoje. Ainda acho que hoje me sinto melhor e não me vejo – nem quero ser – diferente do que sou", diz ela em entrevista ao Purepeople.
Para a atriz, sua autoestima vem da criação que recebeu. "Acredito que meu ambiente familiar foi algo que colaborou muito para o meu bem-estar desde que me entendo por gente. Cresci em um ambiente de muito amor, ouvindo constantemente do meu pai o quanto ele me achava linda e uma pessoa incrível", conta.
A educação, por outro lado, é o que faz com que muitas mulheres se sintam insatisfeitas com seus corpos, segundo a atriz. "A não aceitação é comum e acredito que se deve a anos de cultura e educação machistas a que somos, como um todo – homens e mulheres –, submetidos. As mulheres são ensinadas, até mesmo por outras mulheres, a se cobrarem e a agirem com cobrança umas com as outras", afirma ela, que pondera: "Mas a consciência quanto a isso vem crescendo e colaborando para a mudança, que será aos poucos. Temos muito o que conquistar em termos de direito. E uma das principais conquistas certamente será a de poder ser como quisermos, sem questionamentos ou pressões."
Na luta pelo empoderamento e contra o bullying, Fabiana Karla dá a dica: "Acho que devemos dar menos atenção às exigências padronizadas de beleza e nos amar. Você é bela como você é. Claro que isso não elimina a necessidade humana de buscarmos sempre a nossa melhor versão. Se algo te incomoda de verdade, é importante lutar para mudar, sim. O que não pode, a meu ver, é aceitar sofrer por não ser o que te impõem."
Ao Purepeople, Fabiana ainda aponta a parte mais difícil de ser mulher: "É ter que ter voz em situações em que, muitas vezes, o homem prevalece. É mostrar que nós não somos o sexo frágil que muitos pensam – de frágil eu não tenho nada. As mulheres de hoje não têm essa de sexo frágil. Somos guerreiras, multitarefas e, muitas vezes, injustiçadas por não termos nossos direitos iguais aos dos homens em diversos aspectos."
(Por Vanessa Nogueira)