A novela "Mulheres Apaixonadas" (2003) vem sendo reprisada pela Globo mais uma vez no "Vale a Pena Ver de Novo". A novela de Manoel Carlos abordou a violência urbana com Fernanda (Vanessa Gerbelli), vítima fatal de bala perdida em uma cena icônica e cheia de curiosidades, e também aquela contra a terceira idade, através da vilã Dóris (Regiane Alves).
Dono de elevados índices de audiência e contando em seu elenco com atores que deixaram saudade, o folhetim levou o sucesso para fora da telinha e aumentou a venda de um produto musical um tanto raro. Mas você sabia (ou lembra) que "Mulheres Apaixonadas" causou ainda polêmica por conta de atitude de Carlinhos (Daniel Zettel), irmão de Dóris?
Se você não se lembra ou sequer sabe que polêmica é essa, o Purepeople te conta!
Na trama de Manoel Carlos, Carlinhos, filho de Carlão (Marcos Caruso), queria perder a virgindade a qualquer custo. E por isso, passou a investir pesado em Zilda (Roberta Rodrigues), funcionária da família, para ser ela a sua, podemos chamar, "primeira mulher".
Acontece que o Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Jundiaí e Região, em São Paulo, passou a não ver com bons olhos o flerte de Carlinhos. No final de setembro de 2003, quando a novela estava em seus últimos capítulos, a entidade entrou com uma ação cautelar para impedir que a Globo exibisse a cena de sexo entre o adolescente e Zilda.
"Tem inserido na cabeça de adolescentes o desrespeito e insinuado que a categoria de empregadas domésticas, além de servir à família com seu trabalho e dedicação, deve servir aos desejos sexuais dos pequenos iniciantes, como se fossem meretrizes à espera do patrãozinho", disse o documento obtido pela "Folha de S.Paulo" no dia 22 daquele mês.
Em sua defesa, Manoel Carlos analisou a ação como "normal". "Também tivemos problemas com as massagistas. É como se essas profissionais não fossem capazes de provocar interesse em um homem, a não ser por suas qualidades profissionais. Ainda não sei se farei o Carlinhos transar com a Zilda, mas, se tiver, faço", explicou o autor, responsável ainda por "História de Amor" (1995), próxima reprise do Viva.
Dois dias depois, o jornal informava que uma juíza da 40ª Vara Cível de São Paulo negou limiar à entidade. Para a revista "IstoÉ Gente" de outubro, Vanilda Aparecida Beraldo, então presidente do sindicato, se pronunciou. "A novela mostra as domésticas como meretrizes", disparou contra a novela que abordou também o celibato.