Beyoncé está de volta - e promete, mais uma vez, fazer história na música! Seis anos após o lançamento do "Lemonade", a cantora lança o sétimo álbum de estúdio, "Renaissance", nesta sexta-feira (29). O disco traz 16 faixas inéditas e marca a imersão da artista, indicada ao Oscar 2022, em gêneros como house, disco e outras sonoridades dançantes de muito sucesso nos anos 1990.
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Que tal conhecer um pouco mais dos conceitos e referências do "Renaissance"? Mergulhe na pista de dança que Beyoncé preparou durante anos para os seus súditos!
Engana-se quem pensa que, com um álbum animado, Beyoncé se afasta do discurso da militância e do empoderamento do povo preto, como fez no "Lemonade" e no palco do Coachella. O "Renaissance" é uma forma de trazer ao centro da discussão um fato que parece pouco lembrando entre os amantes da música dançante: o house é um gênero fundado e popularizado por pessoas negras.
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O house é um gênero musical que surgiu em Chicago, nos Estados Unidos, em meados dos anos 1970 e que se tornou mundialmente famoso a partir da década de 1990. Esse estilo de música era predominantemente tocado em locais considerados underground na cidade, frequentados pelas populações preta e LGBTQIA+.
Reza a lenda que o nome do gênero é uma referência à The Warehouse, boate onde o DJ Frankie Knuckles, conhecido como o pai do house, fazia residência. O local era restritos à população LGBTQIA+ preta, mas com o sucesso, começou a atrair públicos de todos os tipos.
Beyoncé transformou as dores do isolamento em um convite para a pista de dança. A cantora revelou que o "Renaissance" foi concebido durante a pandemia. "Um tempo de ficar quieta, mas que também foi o tempo em que mais me achei criativa", disse a cantora, no encarte do CD.
A inquietude dos tempos pandêmicos fez a cantora explorar novos lados, que ajudaram a criar um ambiente seguro para o mundo do qual ela não sabia como estaria três anos depois. "Criar este álbum me permitiu um lugar para sonhar e encontrar uma fuga durante um período assustador para o mundo", reflete Beyoncé. "Isso me permitiu me sentir livre e aventureira em uma época em que quase ninguém estava se movendo. Minha intenção era criar um lugar seguro, um lugar sem julgamento. Um lugar para ser livre de perfeccionismo e pensamento excessivo. Um lugar para gritar, soltar, sentir liberdade. Foi uma bela jornada de exploração".
Em entrevista para a revista Harper's Bazaar, em agosto do ano passado, Beyoncé não só entregou sutilmente o conceito do álbum, como citou o nome do trabalho. "Com todo o isolamento e a injustiça do ano passado, acho que estamos todos prontos para escapar, viajar, amar e rir novamente. Sinto que um renascimento ['Renaissance'] está surgindo e quero fazer parte do cultivo dessa fuga de todas as maneiras possíveis", declarou a cantora.
Beyoncé vai compensar a espera de 6 anos por um material inédito entregando não apenas um, mas três diferentes trabalhos. Os fãs já suspeitavam da ideia quando o "Renaissance" foi anunciado como "ACT I" ou primeiro ato, em tradução.
A informação foi anunciada em primeira mão pela Amazon da Itália. "Será o primeiro disco de uma trilogia comemorativa da música e da cultura preta, com muitos samples de sucessos do passado", disse a empresa. A confirmação veio no texto escrito por Beyoncé que faz parte do encarte do álbum físico. "Esse projeto de três atos foi gravado por três anos durante a pandemia", disse a artista.
A capa do álbum traz Beyoncé em cima de um cavalo holográfico, cravejado como uma bola de discoteca. De acordo com o site Consequence Of Sound, a imagem referencia dois elementos. O primeiro deles é a representação renascentista de Lady Godiva, esposa de um duque inglês que, reza a lenda, caminhou nua em cima de um cavalo em troca de que seu marido reavaliasse os injustos impostos cobrados das camadas mais pobres da cidade de Coventry, na Inglaterra.
A segunda referência seria a icônica entrada de Bianca Jagger no Studio 54, uma das discotecas mais importantes da história dos Estados Unidos. Em 1977, ela chegou ao local montada em um cavalo.
Já para o look, Beyoncé trajou um figurino da chamada arte vestível. Em entrevista ao portal Nossa Moda, do UOL, o estilista Nusi Quero conta que a roupa foi feita a partir do garimpo de objetos e conta com cristas na composição. "Passei algumas semanas brincando com os materiais e conectando os elementos, como os spikes [de metal], porque uma vez que vai no corpo precisa ser forte e flexível. Não é uma moda tradicional, não são tecidos", explicou.