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Bastou Antonio Fagundes surgir com peruca na segunda fase de "Velho Chico " para chover críticas ao visual do coronel Afrânio. Mas o ator, comparado a Silvio Santos por conta do look do personagem, garante que o cabelo do pai de Maria Tereza (Camila Pitanga), a quem ele confessa seus crimes, passará por uma transformação antes que a novela das nove chegue ao fim, em outubro. "Ele vai tirar essa peruca!", garantiu o intérprete do personagem ao jornal "Extra".
Sem fugir das polêmicas em torno de "Velho Chico", Fagundes, que teria se irritado com assédio em restaurante, também falou à publicação sobre o ritmo lento da trama de Benedito Ruy Barbosa ser rejeitado por parte do público. "Tudo o que é diferente cria um transtorno porque dá trabalho. É preciso sair da zona de conforto e parar para ver o outro. Isso está acontecendo com a novela. As pessoas relaxaram e estão percebendo que é bom ver uma cena com calma, um personagem vestido de forma que você não vê normalmente, que a fotografia mostre uma montanha e não só prédios, que a realidade daquelas pessoas seja diferente", observou.
Na novela "Velho Chico", Afrânio pode se tornar uma pessoa melhor
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Na reta final da novela das nove, Fagundes, com semelhanças físicas apontadas na web entre ele e Tony Ramos, vê a possibilidade do coração de e Afrânio amolecer, sinal já apontado nas cenas em que o coronel sofreu com a dor de Maria Tereza diante do desaparecimento de Santo (Domingos Montagner). "Benedito Ruy Barbosa (autor) dificilmente cria vilões. Nas novelas dele, aquele que aparentemente é um vilão tem seu rasgo de humanidade e faz você pensar nas razões daquele personagem. Então o Afrânio, que sempre teve dentro dele uma vontade ferrenha de manter a família unida, pode mostrar um outro lado", adiantou.
Sucesso medido nas ruas
A repercussão do trabalho em "Velho Chico", Fagundes sente nas ruas e, não, nas redes sociais, aliadas de vários artistas para acompanhar o que o público está pensando. "A rua não mente. Quando você sai e as pessoas gritam o seu nome ou o do personagem, é porque alguma coisa está acontecendo. Talvez essa manifestação seja até melhor do que a da internet, porque não tem tanto "hater" (pessoa que odeia)", comentou.
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Solidão e privacidade
Melhor ainda é não sofrer de solidão como o coronel da novela das nove. "Ser solitário é optar por isso. A solidão é mais grave porque é imposta. Mas não tenho medo porque, pelo menos, os meus quatro filhos eu sei que vou ter ao meu lado. E acho uma delícia não ser reconhecido quando viajo. É imprescindível a privacidade", disse.
(Por Regiane Jesus)