Ana Maria Braga completa 75 anos de vida nesta segunda-feira (01), consagrada como uma das figuras mais icônicas da televisão brasileira. Mas para além da história como apresentadora, ela também marcou o imaginário popular como um exemplo de força e resiliência, após enfrentar o câncer por cinco vezes.
O primeiro diagnóstico veio em 1991. Um câncer de pele. Na época, o problema foi resolvido com uma cirurgia profunda no braço. 10 anos depois, Ana foi acometida por um carcinoma no canal anal. Dessa vez, ela precisou de tratamento com radioterapia, algo que descreve como bastante doloroso.
Em 2015, Ana foi diagnosticada com um câncer de pulmão em estágio inicial. Na época, passou por uma cirurgia para retirada do tumor. Em 2020, a apresentadora descobriu outro câncer de pulmão, um adenocarcinoma. Na época, ela passou por um tratamento que combinava quimioterapia com imunoterapia. Anos depois, a global revelou que o quadro era bem grave, com metástase para outras partes do corpo.
Em 2022, Ana revelou que teve câncer de mama, informação desconhecida do público até então. "Por que não teve assim uma repercussão? Porque eu descobri pelo autoexame, tomando banho, senti com exame de toque", alertou, durante o "Mais Você".
Além de muita disciplina - e confiança - nos tratamentos médicos, Ana sempre destacou o pensamento positivo como um dos seus principais aliados rumo à cura.
"Em casos de problemas físicos, não só no câncer, você depende muito da sua cabeça, da qualidade do seu pensamento. Não pode ser da boca para fora. É preciso ter, o tempo inteiro, um nível de alerta com você mesmo", refletiu Ana, para a Folha de São Paulo.
Para Ana, esconder o câncer nunca foi uma opção e ela é muito ciente de como contribui para desmistificar diversos estigmas sobre a doença. "Optei falar com todas as letras, c-â-n-c-e-r, para combater o estigma, tirar o medo de que, se repetir a palavra ou usá-la inteira, você vai morrer disso. Inimigo a gente encara de frente", declarou, ainda à Folha.
A postura de Ana também foi elogiada pelo oncologista Antonio Buzaid, que cuidou do tratamento da veterana. "Você sempre manteve a compostura. Era uma situação preocupante, teríamos que iniciar a quimio com imunoterapia. A porcentagem de ir bem na época era de 10% a 20%, não era muito alta. Na época, era grave", relembrou.
Essa esperança permeia não só o humor da apresentadora durante o tratamento, mas, também, a relação com o próprio corpo. "Desde o meu primeiro câncer, aprendi que temos bilhões de células no corpo e se você enxergar cada célula dessa como uma aliada sua, se você acreditar que seu organismo todo está lutando junto com você, elas (células) vão entender o recado que você está dando e se comportam como você quer que elas se comportem. Eu tenho chance de ser bem sucedida", contou Ana, em entrevista ao Estadão.
Após vencer o quinto câncer, Ana deixou a seguinte mensagem aos espectadores do "Mais Você": "Você está entrando numa guerra. Vou te dar as armas, mas você só vai lutar se fazê-las lutar. Sua cabeça tem que botar essas armas para funcionar. Quem comanda tudo é a nossa cabeça, eu contei com muitos médicos competentes também. Mas se você não acreditar em você mesmo, fica mais difícil. Nunca deixei de acreditar".