Visivelmente emocionada, mas mostrando a mesma força com que comandou o programa "Mais Você" no dia seguinte à morte de Tom Veiga, intérprete do papagaio Louro José, Ana Maria Braga, que trabalhou com o artista por mais de 20 anos, falou ao "Fantástico" deste domingo (08) sobre sua parceria e, agora, futuro sem o amigo e companheiro de trabalho. "Eu sinto a falta dele desde segunda-feira, quando eu voltei a trabalhar. Mas essa semana, como a gente tá fazendo uma semana especial, né? A gente tá fazendo uma semana de homenagens a ele, ele tá no programa. Em todos os momentos. Aí eu rio e choro ao mesmo tempo. Então eu ainda não... Sabe quando você ainda não caiu na real? De que mesmo sabendo de tudo isso, da realidade, eu acho que a partir da próxima semana é que a gente começa a fazer o programa. Vai ser um novo recomeço, eu acho. Tão difícil quanto", assumiu.
Encontrado morto em casa vítima de um aneurisma cerebral, Tom Veiga , para Ana Maria, era muito mais que um colega de trabalho. "A gente era amigo, confidente. A gente se falava a respeito de tudo. A gente se falava por telefone todo dia durante essa pandemia. A gente se sabia. Morria de saudade", afirmou. E assumiu que ainda não conseguiu definir se o personagem Louro José continuará no programa. "Eu acho que é muito cedo pra se dizer qualquer coisa, né? Mas obviamente o Tom é inigualável", opinou.
Para a artista, no entanto, o trabalho feito pelo amigo foi tão primoroso que Louro José jamais será esquecido. "Na verdade o Louro José existe. Ele pode não existir na interpretação magnífica do artista Tom Veiga, né? Que deu vida a esse personagem. Mas o personagem vai continuar existindo. Porque não tem como, se você pegar os grandes personagens aí, de qualquer... Da nossa vida, né? De Mickey Mouse a... Eles fazem aniversário e são eternos, né? E o Louro vai ser eterno pra sempre, né?", comparou a apresentadora, consolada pelo neto após a perda.
Morto precocemente aos 47 anos, segundo Ana Maria Braga, Tom Veiga, que já havia passado por uma cirurgia cardíaca, não levava uma vida saudável. "Moleque jovem, moleque que a bem da verdade não se cuidava. Da saúde. Como deveria, eu acho. Todo mundo falava isso pra ele. Não se cuidava bem. Todos os amigos falavam. Olha, precisa dormir mais. Olha, precisa fazer isso menos. Olha, precisa ir no médico ver essa dor na coluna. Mas era uma coisa impensável, né? Impensável. Mas a gente nunca falou sobre a morte", afirmou.
Para a artista, no entanto, as dores de amor eram os pontos fracos de Tom Veiga, separado recentemente de sua terceira mulher, Cybelle Costa. "Eu deveria ter botado ele no colo e dado umas palmadas em várias situações. Acho que ele poderia ter se cuidado melhor, se amado mais. Ele amou muito e sofreu muito por amor", entregou Ana Maria.
(Por Carmen Moreira)