Alexandre Nero se posicionou sobre o atual momento político do Brasil e o famoso jeitinho brasileiro no lançamento da série "Filhos da Pátria", na qual vive o protagonista Geraldo. "Meu sentimento é de absoluta desesperança. O país não tem o que melhorar coisa nenhuma. Só tende a piorar cada vez mais. Passaram a mão na nossa bunda e a gente riu", disparou o ator. Essa não é a primeira vez que o ator dá opinião em relação à política. "Só queria lembrar que não é de hoje que isso acontece no país. Faz 500 anos", apontou em dezembro de 2015.
Na produção de época passada após a Independência, Geraldo teme perder o cargo oficial que ocupa e embora seja honesto começa a se corromper favorecendo obras públicas e títulos de nobreza indevidos. Dessa forma, passa a enriquecer. "Pequenas corrupções é o jeitinho brasileiro. O cara que é explorado vai tentar explorar o sistema de alguma forma", acreditou em conversa com o UOL. "Não acho esse cara um bandido. Bandido é quem explora (...). A gente esquece que o bandido é o cara que está ali no Congresso com gravata e terno. São os piores", disparou.
E o marido de Karen Brusttolin definiu seu personagem na série de Bruno Mazzeo. "Ele é um cara honesto e virou corrupto e acha que todo mundo pode ser qualquer coisa. Infelizmente acho que não tem ninguém tão inocente quanto o Geraldo na nossa política. Ele não quer entrar, mas é que está fácil", apontou. Pai do pequeno Noá, que esbanjou fofura em tarde no teatro, lembrou ainda a votação na Câmara que livrou o presidente Michel Temer do afastamento. "A gente viu um exemplo, né? De um cara que não vai ser investigado porque ele tem amigos, né? Que votaram para ele não ser investigado. É muito bom ganhar dinheiro fácil, né?", questionou o pai coruja do menino.
E o ator, que passou por susto ao desembarcar no Brasil no final do ano passado, defendeu seu personagem. "O corrupto não é necessariamente mau. No caso do Geraldo ele é bom mas se incomoda com isso. E ganha gosto porque é fácil e é gostoso ter dinheiro. Ele começa a não ligar mais para o outro", finalizou. Em maio, quem criticou a política brasileira foi Mateus Solano.
(Por Guilherme Guidorizzi)