O assassinato do ator Rafael Miguel, do elenco da segunda versão de "Chiquititas" (2013/2015), e seus pais completou cinco anos em 9 de junho e a partir desta quinta-feira (10), o empresário Paulo Cupertino Matias, assassino dos três passa a ser julgado. O júri popular deve ter início às 13h e se estender por dois dias no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo.
Após matar Rafael, que na época tinha 22 anos e namorava sua filha, Isabela Tibcherani Matias, então com 18, por ser contra o relacionamento e ciúmes, Paulo fugiu várias vezes e só conseguiu ser preso em 16 de maio de 2022, portanto quase três anos após o triplo homicídio.
O empresário efetuou 13 disparos contra Rafael, que tentou salvar a mãe de ser assassinada, e seus pais. No tribunal, Paulo irá responder por triplo homicídio duplamente qualificado com motivo fútil. Pesa ainda a acusação de que o pai de Isabela impossibilitou uma das três vítimas de se defender.
Outras duas pessoas serão julgadas por auxiliarem o assassino na fuga de Paulo: o empresário Eduardo Jose Machado, e Wanderley Antunes Ribeiro Senhora. Ambos seguem em liberdade. O julgamento irá ouvir mais de 20 testemunhas, incluindo Isabela e sua mãe, Vanessa Tibcheriani de Camargo.
Elas tentaram, sem sucesso e alegando questões psicológicas, se pronunciar via chamada de vídeo, mas vão ser ouvidas sem as presenças de Paulo, Eduardo e Wanderley, relata o g1. No total, sete pessoas irão definir o futuro dos três réus.
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que Paulo atira em Rafael sete vezes (um dos tiros atingiu a cabeça do artista e três, as costas). O pai dele foi baleado quatro vezes e a mãe, duas vezes - ambos acabaram atingidos no peito, da mesma forma que o filho.
Então namorada de Rafael, a quem homenageou com tatuagem, Isabela desabafou ao falar da prisão do pai. "Não é fácil ser filha de um assassino. Não é fácil carregar o peso de ter o nome de uma pessoa que cometeu um dos maiores crimes nacionais", afirmou ela, que chegou a relatar "culpa" pelo assassinato do ator, que quando criança fez um comercial no qual pedia para a mãe comprar brócolis.