Walcyr Carrasco optou por não se entender ao falar pela primeira vez sobre a saída de Camila Queiroz da novela "Verdades Secretas 2" na reta final da trama. A atriz foi desligada da Globo, não concluiu as gravações e deu vez a uma dublê de corpo, a modelo Roberta Franco. "O que aconteceu, nunca vi acontecer (um ator deixar o trabalho no meio dele). Eu me preparo porque nunca vi acontecer. Agora prefiro não entrar em detalhes porque foi questão dela com a emissora", disse o autor.
"Nunca vi alguém na reta final dar um problema assim. Então prefiro não falar muito e deixar no ar porque não foi fácil para mim não!", afirmou Walcyr em entrevista a podcast "Novela das 9", do "Gshow". "Impactou (o trabalho), foi difícil, a gente penou, mas acho que ficou bem bom", prosseguiu o autor também de clássicos como "O Cravo e a Rosa" (2000), agora em reexibição na faixa das duas.
O novelista fez ainda uma ressalva. "A gente tinha gravações até do último capítulo. Então não é uma coisa que a história tenha sido cortada, nada disso, porque a gente já tinha gravações", explicou. Por isso, Angel/Arlete, personagem de Camila será vista no capítulo final, o de número 50, que será disponibilizado no próximo dia 15.
Quando questionado se Guilherme (Gabriel Leone) pode ter sido uma segunda vítima de Angel, o autor é sucinto: "É um questionamento válido: a Angel pode ter matado o Gui. Ou não...", despistou. Vale lembrar que a própria garota de programa quase chegou a indicar culpa no acidente fatal sofrido pelo marido. E afirmou que há a chance de "Verdades..." ganhar uma nova parte, que seria protagonizada por Julia Byrro, a Lara.
"Espero que sim, acredito que haverá, mas a gente sabe que as coisas só acontecem quando existe uma decisão, uma encomenda. Acredito que sim, mas não imediatamente. Talvez por um ano...", indicou.
Com outras novelas de sucesso no currículo como "Xica da Silva" (Manchete, 1996), Walcyr opinou sobre a fórmula para arrebatar o público. "O segredo mesmo é a entrega do autor. O autor tem que se entregar ao projeto. Eu não acredito naquela pessoa que escreve tecnicamente, faz um projeto, um plano... Eu não: vou escrevendo com o coração à medida em que eu vou sentindo os personagens", disse.
"Acho que o segredo é isso, é essa entrega pessoal e emocional. Se eu escrevo uma cena e não me emociono com ela, por que você vai se emocionar?", questionou ele, que teve passagens também pelo SBT, com "Cortina de Vidro" (1989).