Já teve a sensação de se olhar no espelho e se sentir uma fraude, especialmente depois de uma conquista importante na vida pessoal ou profissional? Ou ainda quando algo não dá muito certo nesses dois âmbitos? Viver atormentada por sentimentos de incapacidade e inferioridade é uma sensação relatada recentemente por personalidades nacionais e internacionais, como Juliette, Jennifer Lopez, Bruna Marquezine e Adele.
Esse sentimento aflige grande parte das mulheres tem um nome: "Síndrome da Impostora". Trata-se de autopercepção ilusória e distorcida das próprias habilidades, que leva indivíduos a acreditarem que não são qualificados para desempenhar tarefas para as quais têm plena competência.
O conceito foi criado em 1978 pelas psicólogas clínicas norte-americanas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes. Mais tarde, autoras como Jessamy Hibberd e Valerie Young finalizaram a sua definição. "A baixa autoestima intelectual é a principal causadora desse mal paralisante, que costuma apresentar comportamentos duais", explica a Dra. Marihá Lopes, psicóloga clínica especialista em terapia cognitivo-comportamental, EMDR, psicologia social e pioneira no uso da realidade virtual no tratamento de ansiedade e fobias no Brasil.
"Para algumas pessoas, leva à necessidade de transformar a suposta falta de capacidade em horas de trabalho extra como forma de compensação. Há situações em que a pessoa acaba procrastinando as atividades que precisa realizar pelo receio de não conseguir fazer a tarefa ou até mesmo pelo medo de seu trabalho não ser bem avaliado", acrescenta.
Um estudo realizado pela Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, mostrou que 70% das entrevistadas, todas executivas em postos importantes, se sentem "uma fraude", ou seja, não-merecedoras dos cargos que ocupam.
De acordo com a especialista, a síndrome como sistêmica, parte de uma estrutura patriarcal que condiciona as mulheres socialmente. Além disso, muitas delas vivenciaram histórias de assédio e abuso no ambiente de trabalho, abalando a autoestima.
Para a psicóloga, uma das principais formas de combater esse mal é reconhecer os seus pontos fortes ao listá-los para criar a consciência das suas capacidades. "Busque evidências que vão contra essa ideia de incapacidade. Exercite a autoconfiança com relação aos seus talentos e competências, mantendo uma postura de aparente confiança", indica.
"Isso te ajudará a dar a impressão de que está decidida. E lembre-se: você é capaz! Admire o caminho percorrido para chegar aonde está hoje. E acredite no seu potencial", afirma Dra. Marihá.