
Você decide adotar um novo estilo de alimentação ou seguir uma dieta mais restritiva para emagrecer, mas a rotina corrida não contribui para o preparo dos alimentos no dia a dia? Nessa loucura toda, os alimentos congelados acabam surgindo como uma alternativa rápida e prática. Porém, devido à variedade de opções e preços, você pode cair em algumas armadilhas: afinal, é possível encontrar produtos no mercado que abrangem desde os alimentos cozidos normalmente e depois congelados até os produtos industrializados que passaram por diversos processos químicos. Mas ainda há quem opte por preparar pratos caseiros num dia da semana para congelá-los e consumir a cada dia. Para saber um pouco mais sobre os prós e contras dos alimentos congelados, Purepeople conversou com o nutricionista Daniel Cady.
Apesar do boom dos alimentos naturais com grande potencial nutricional, segundo a pesquisa Consumer Watch Express Shopper, da Kantar Worldpanel, realizada em 2017, 61% dos brasileiros consomem pratos congelados, prontos ou semiprontos. Por conta desse número expressivo, o nutricionista esclarece as diferenças. "Há dois tipos de congelamentos, que é o lento, que a gente faz em casa, mas o nosso freezer do congelador não é tão potente. Um exemplo é o núcleo da carne, que demora cerca de um dia para ficar congelado. Quando se congela qualquer alimento de forma lenta, há a formação de cristais no núcleo do alimento, aí quando ele é descongelado esses cristais rompem a célula e extravasa uma série de nutrientes. Por isso que quando uma carne é descongelada em casa, ela pode ficar com muita água ao redor", explica o profissional, responsável também pela alimentação saudável de Ivete Sangalo, com quem é casado. Em seguida, ele dá mais detalhes sobre o procedimento de congelamento industrial: "Eles têm equipamentos ultramodernos que conseguem conservar as características nutricionais e também sensoriais dos alimentos. O que era crocante, continua crocante, mas sempre há uma perda de nutrientes em alimentos congelados, ainda que nesse caso seja mínima. A tendência no mercado é cada vez aumentar esse setor."
Quem não dispensa uma comida tradicional e faz questão de consumir frutas, verduras e legumes visando um estilo de vida mais saudável, pode comemorar! Daniel Cady explica que nada substitui o alimento natural. "O mais saudável é sempre comer o alimento in natura, comprar na feira e preparar o alimento fresco. Isso é imbatível. Mas é melhor, por exemplo, comer um alimento congelado, feito com comida de verdade, do que miojo, que é altamente processado. Na escala dos congelados, classifico da seguinte forma: o melhor é o fresco, depois resfriado, que é o que está na geladeira mas ainda não congelou. Há empresas que fazem isso, que vendem produtos frios, mas o prazo de validade é menor. Em alguns casos é melhor o congelado saudável do que uma comida altamente industrializada. Eu tento convencer sempre os meus clientes ou pacientes que nada substitui uma comida fresca e que invista na alimentação, porque gastando hoje com comida, você evita no futuro de gastar com remédios. Você planta hoje e colhe amanhã."
(Por Helena Marques)