Os chocolates e alfarrobas da Páscoa acabaram e você começa a pensar em qual dieta seguir? Para a nutricionista Cynthia Howlett, a melhor dica é o equilíbrio. Defensora do pensamento de que a quantidade é o segredo de uma alimentação saudável, sem a necessidade de restringir nutrientes importantes no cardápio - o que muitas vezes pode camuflar um transtorno alimentar, a profissional alerta em entrevista ao Purepeople: "Cada pessoa tem sua genética, seus hábitos, seu estilo de vida, suas vontades e reage de forma diferente a uma dieta, então precisamos levar tudo isso em consideração sempre."
Diferentemente do Fast Mimicking, que oferece poucas alternativas para as refeições, a alimentação proposta pela nutricionista não se limita aos alimentos, mas sim, às porções ingeridas. "Pode comer de tudo um pouco, sem exageros, sem culpa", destaca ela, reforçando a necessidade de incluir atividades à rotina: "É importante praticar exercícios e manter uma boa relação com a comida." Sobre a tendência da restrição de nutrientes do cardápio mesmo para quem não é intolerante, ela pondera: "Nem sempre eu retiro o glúten e lactose, mas peço que evitem farinha branca e excesso de produtos derivados de animais. O problema é o excesso."
Se muitos condenam o arroz e feijão, uma das principais refeições presentes nos pratos dos brasileiros, Cynthia alerta: "Essa combinação é um casamento perfeito que forma proteína e é nutritiva. Claro que a quantidade pode interferir se você quiser perder peso, mas os verdadeiros vilões são os produtos industrializados com excesso de gorduras, açúcares, sódio e aditivos químicos." E defende que as mudanças de hábitos alimentares devem ser pensadas na saúde e não no emagrecimento a qualquer custo. "Dificilmente essa pessoa vai conseguir ter uma boa relação com a comida, vai estar sempre se restringindo, se culpando e nem sempre cuidando da saúde. Pelo contrário, são pessoas que fazem qualquer coisa pela estética", alerta.
Os alimentos são fundamentais para a funcionalidade do corpo, como prevenir o envelhecimento precoce, ou até mesmo ajudar no crescimento das unhas, mas alguns hábitos podem colocar tudo isso a perder. "Excesso de suplementação, de hormônios, de pílulas, de injeções, de restrições e dietas radicais não dão certo", esclarece a nutricionista. "A falta de tempo e a oferta de produtos prontos são certamente um ponto importante que dificultam uma alimentação saudável", acrescenta, listando quais hábitos podem ser adquiridos para facilitar e dar apoio ao regime, ajudando a emagrecer, mas, principalmente, a levar uma vida melhor: "Praticar exercício e não comer menos, mas comer melhor. Cuidar da cabeça, pois essa parte é a mais importante atualmente."
(Por Fernanda Casagrande)