Ativa em prol da igualdade de gênero, Alice Wegmann escolheu um look politizado para lançar a novela "Orfãos da Terra", na qual irá interpretar a estilosa e arrogante Dalila: a atriz homenageou Marielle Franco, vereadora carioca assassinada há exatamente um ano, em um broche com as inscrições "Lute como Marielle Franco". "O look girou em torno do broche, eu sabia que ia ser no mesmo dia (das manifestações que lembraram da parlamentar ao redor do mundo) e ontem eu fui a São Paulo, conversei com a minha stylist, a Patrícia Zuffa, e falei: 'preciso de uma coisa que deixe o broche falar!'. A gente pensou nessa roupa por causa do broche", explicou em entrevista ao Purepeople.
Questionada se havia participado de algum ato relacionado à Marielle, Alice explicou que, por conta da agenda de trabalho, não conseguiu ir às ruas. "Infelizmente não consegui, eu estava gravando no Projac e vim direto para cá. Estava com febre, coloquei um remédio para dentro e vim, mas essa foi minha forma de manifestar. Eu falei com a Monica Benício, mulher da Marielle, porque achei importante fazer isso e comunicar a ela, estar junto no real sentido da palavra. Essa é a minha forma de estar perto. Ela foi uma mulher muito especial, lutou muito por nós mulheres e acho que a gente precisa lutar por ela e por todas as mulheres e pessoas desse país", disse a jovem, que já se manifestou contra comparações às colegas de trabalho nas redes sociais.
A temática do mundo árabe, retratado na novela cujo casal protagonista viverá um amor proibido também foi avaliada por Alice. Diante da pergunta sobre a possibilidade de um homem ter mais de uma companheira, ela destacou que o machismo se apresenta de diferentes maneiras ao redor do globo - e deve ser combatido em todas elas. "Me causa estranhamento porque é muito diferente do que a gente está aqui do Brasil. E aqui eu luto muito pelos direitos das mulheres. Acho que as mulheres têm que ter liberdade para fazer o que quiserem. São debates infinitos e eu acho que a gente tem que pensar no mundo todo. Assim gente precisa pensar sobre o mundo de lá e também sobre o que acontece no Brasil: aqui, tem um estupro a cada 11 minutos, tem 536 mulheres mortas durante o tempo de um almoço. Não tem muito machismo aqui também? Por que ainda tem tanta mulheres morrendo? Por que ainda tem tantas taxas de feminicídio?", questiona.
(Apuração de Patrick Monteiro e texto de Marilise Gomes)