O Carnaval 2022 no Rio de Janeiro pode ganhar mais um cancelamento no próximo dia 24, quando o comitê científico da cidade vai se reunir para debater se os desfiles das escolas de samba podem acontecer ou não. A decisão, vale lembrar, será tomada em caráter consultivo, ou seja, mesmo que haja a recomendação de cancelamento, as autoridades podem não acatá-las.
Até o momento, alguns membros do comitê seguem afirmando que não seria ideal que a festa na Avenida se mantivesse no calendário. Mas as falas são extraoficiais e não são levadas em consideração pelo governo do estado. Ainda assim, observações desse tipo têm gerado apreensão no público, que questiona a insistência na festa.
Existe o receio, ainda, de que o cancelamento da festa da Avenida gere um prejuízo considerável. De acordo com pesquisadores da ESPM e da Unirio, o montante de dinheiro perdido poderia chegar a R$ 6 bilhões, unindo investimentos já feitos pelas autoridades, escolas de samba e patrocinadores.
Na última quarta-feira (12), a infectologista e pesquisadora Margareth Dalcolmo explicou que, diante dos números e de uma análise sobre a nova variante, a ômicron, não consegue visualizar como haveria um "controle" na Avenida que impedisse a circulação do vírus.
"O vírus se alastra que nem um rastilho de pólvora", afirmou a cientista, que se disse impressionada com a velocidade de transmissão da nova cepa. "Sinceramente, não sei como pode-se controlar aquela multidão que sempre vai à Avenida", acrescentou.
De acordo com Dalcolmo, se alguém contrai o vírus sem saber, certamente todos os parentes que moram com esse alguém vão pegar a doença da mesma forma, justamente porque se trata de uma variante extremamente contagiosa. "Basta uma pessoa ser contaminada", explicou a pesquisadora em conversa com o colunista Ancelmo Gois, do jornal "O Globo".