O Carnaval de 2022 no Rio de Janeiro, se não acontecer em nenhuma circunstância, vai gerar um prejuízo de bilhões não apenas às autoridades, mas principalmente aos trabalhadores diretos. Os blocos de rua, já vetados, atualmente estudam uma forma de não deixar a festa passar em branco. Mas agora a preocupação dos foliões envolve a Marquês de Sapucaí, anteriormente garantida pelo prefeito Eduardo Paes (PSD).
De acordo com os cientistas Cristina Couri, do Laboratório de Economia Criativa da ESPM, e Gabriel Pinto, do Laboratório de Inteligência Artificial da Unirio, as projeções chegam a uma perda de R$ 6 bilhões envolvendo todos os setores que de algum modo se ligam ao Carnaval. Em conversa com a CNN, ambos destacaram que a festa no Rio é a maior de todo o país, por isso o prejuízo tão grande.
"Temos um movimento de sete milhões de pessoas apaixonadas pelo Carnaval do Rio nessa época, gerando uma expectativa muito grande", começou Pinto, destacando que a contabilização de trabalhadores do Carnaval não leva em consideração os ambulantes.
"Os ambulantes são trabalhadores informais e extremamente importantes, não conseguimos contabilizar. Na época mesmo do Carnaval, tem gente que nem volta pra casa, fica na rua direto para poder vender", explicou.
O governador do estado, Claudio Castro, disse essa semana que entende os motivos dos membros do comitê científico, órgão que desaconselhou a festa na Sapucaí, mas não absorve o posicionamento como uma fala oficial. Segundo Castro, a Sapucaí ainda está garantida, uma vez que não há um veto por escrito, um documento que desaconselha completamente a festa na avenida.
O governador chegou a dizer que os motivos que levaram ao cancelamento dos blocos - o aumento do número de casos pela variante ômicron - não é tão grave quanto se imaginava, uma vez que não há hospitais lotados de internações, apenas uma alta no número de pacientes testando positivo para a doença.
Para completar, em meio ao cenário de prejuízos e incertezas em relação à Sapucaí, os blocos de rua estão estudando maneiras de dar um "jeitinho" no próprio cancelamento. Os cortejos se juntaram e passaram a pensar na possibilidade de promover festas em locais fechados, como o Parque Olímpico e o Parque Madureira.