Enrico (Joaquim Lopes) está vivendo o seu pior pesadelo desde que descobriu que o pai tinha um caso gay, na novela "Império". A homofobia do chef é tamanha que nos próximos capítulos ele vai espancar um travesti. Em conversa com o Purepeople, Joaquim comenta a cena da agressão e dá sua opinião sobre a possibilidade recentemente levantada, de o personagem ser gay: "Não acredito que faria algum sentido".
O comportamento de Enrico e sua família se tornou uma das maiores polêmicas da novela das nove da Globo. Desde que a verdade sobre a orientação sexual de Cláudio (José Mayer), o comportamente de sua mulher seu filho dividem opiniões. Ciente da repercussão que o papel causaria, o ator conta que o retorno do trabalho tem sido positivo.
"Quando recebi a sinopse e vi que o Enrico seria um cara homofóbico, fiquei feliz pela responsabilidade que teria em fazer um papel que teria essa missão, mostrar o quanto isso existe e é cruel com as pessoas. E quando chega o retorno do público, vejo que estou conseguindo atingir o meu objetivo, que é justamente denunciar essa conduta e alertar as pessoas para um problema seríssimo que merece ter mais atenção", ele afirma.
Desde a revelação do relacionamento gay de Cláudio, Joaquim vem protagonizando cenas tensas na pele de Enrico e fortes emoções ainda vem por aí, pois ele entra em choque depois que seu casamento com Maria Clara (Andreia Horta). Para o intéprete, é este é um trabalho bastante desafiador: "Estou trabalhando com problemas reais, tenho que ter um cuidado redobrado, pois pessoas que vivem e sofrem com isso, estão vendo você retratá-las, mesmo que seja na ficção".
As especulações sobre Enrico ser gay foram negadas pelo autor da trama e Joaquim também acha que essa possibilidade não se justifica. "Também não acredito que faria algum sentido, pois antes mesmo de descobrir a verdadeira sexualidade do pai, ele já dava traços de ser uma pessoa preconceituosa. Se fosse gay, para mim, no mínimo o Enrico ficaria na dele, não seria tão agressivo assim, a ponto de destruir sua própria família e colocar o casamento em risco", afirma.
E depois de já ter gravado os momentos em que o personagem espanca um travesti, o intérprete comenta: "Fazer uma cena dessas é sempre difícil. O clima é pesado, porque as emoções envolvidas em cena são pesadas. Mas fizemos com todo cuidado e dedicação que a cena merecia, além de muita concentração. Acredito que violência é destrutiva, seja ela direcionada para onde for. Espero que através do meu trabalho eu possa fomentar a discussão sobre esse tipo específico de violência, que não pode mais acontecer".