O reencontro de Laerte (Gabriel Braga Nunes) e Virgílio (Humberto Martinsd) por muito pouco não será tão trágico quanto foi da última vez que os dois se viram na novela "Em Família", há mais de vinte anos. Os rivais se cruzam por acaso na mesma casa onde toda a tragédia aconteceu no passado e o artesão segue o impulso de se vingar da agressão que sofreu na outra briga, partindo para cima do flautista, furioso e eles novamentetem uma luta corporal. A cena vai ao ar a partir de 17 de março.
Tudo acontece quando Laerte chega à casa de campo de sua família, a mesma onde foi sua despedida de solteiro na véspera de seu casamento com Helena (Julia Lemmertz), e vê um cavalo amarrado perto da entrada. Sem saber que está prestes a se deparar com o marido da ex-noiva, ele vai entrando. "Tem alguém, aí? Eu sou o Laerte, o dono da casa. Filho do seu Itamar (Nelson Baskerville)..." diz. Virgílio então aparece e o dois se encaram pela primeira vez depois da briga anterior, prontos para um acerto de contas.
O músico avisa que o rival não deveria estar em sua casa, masele rebate: "Esta casa faz parte da minha história. Por isso, de algum modo, ela também me pertence. E a porta estava aberta. Não resisti à curiosidade". Rancoroso, Virgílio declara que falta um mês para completarem 21 anos daquela noite em que se enfrentaram. "Me lembro da hora e dos minutos. Como diz a minha mulher: aquele dia não vai acabar nunca", alfineta.
O clima é tão tenso que basta Laerte dizer "Leninha" para detonar a raiva do pai de Luiza (Bruna Marquezine). "Helena! Leninha é para mim, para você é Helena. Lembra quando você me dizia isso? Quando você me fazia repetir: 'Helena, fala, repete: Helena.' Lembra? E eu repetia, obedecia. Me sentia pequeno diante de você. Limpava a sua piscina. Muitas vezes fazia o seu dever de escola pra você poder passear. Minha mãe lavava e passava a sua roupa. Minha irmã Neidinha (Elina de Souza) acompanhava sua mãe no supermercado pra carregar as sacolas de compras. Lembra?". O flautista argumenta, dizendo quem a família recebia seu salário para tal, mas não adianta, o artesão resolve colocar para fora tudo que guardou desde a tragédia.
Ao ser acusado de tê-lo enterrado vivo, Larte se defende: "Eu não enterrei você vivo. Pensei que estivesse morto! (...) Eu não tenho que ficar ouvindo tudo isso tanto tempo depois! Fui processado, fui preso, paguei a minha conta. Não te devo nada! Nem atenção! Nem me sinto obrigado a ficar aqui ouvindo você falar!". Já alterado, Virgílio afirma que ele era e continua sendo um canalha e perde o pouco controle que ainda lhe resta quando o flautista responde: "Mas não para a sua mulher, não para sua filha!".É então que a cena se repete, só que os dois desta vez estão em posições inversas. Virgílio agarra Laerte pelo colarinho e o suspende bem diante do local onde ele próprio bateu com a cabeça e perdeu os sentidos. "Poderia fazer com você a mesma coisa que você fez comigo. Olha!", ameaça, encostando a cabeça do oponente no tronco em que se machucou no passado. "Está reconhecendo? Cheira! Quem sabe ainda sente o cheiro do meu sangue? Heim?", continua, até esfregar o rosto dele no tronco.
Protestando, Laerte procura a espora com a mão, mas não alcança. Porém Virgílio é quem a pega e pergunta: "É isto que está procurando? Quer sentir a mesma dor que eu senti? Ficar com o mesmo sinal?". Como vingança, ele passa pelo rosto do músico a peça que lhe deixou a cicatriz que carrega esse tempo todo, mas sem chegar a feri-lo. Assustado, o artista empurra o agressor com os pés e os dois partem de fato para a luta corporal em que Virgílio vai levando vantagem.
Os dois trocam socos e pontapés até que Laerte sai pela porta aberta, sendo seguido por Virgílio, já demonstrando cansaço. Esfarrapados, sujos e exaustos eles insistem em continuar com a briga até caírem cada um para o seu lado. Com a boca sangrando e um olho roxo, o filho de Selma (Ana Beatriz Barbosa) se esforça e consegue entrar em seu carro. O marido de Helena ainda vai atrás e tenta impedi-lo, sem sucesso.
(Por Samyta Nunes)