O final feliz de Margot (Maria Casadevall) e Grego (Caio Castro), casal formado na trama atendendo a pedido dos fãs e ovacionado na web pela hashtag #Gregot, foi o maior destaque do último capítulo da novela "I Love Paraisópolis". Assim como a última terça parte da trama, o desfecho oscilou entre momentos de altos e baixos, mas fez sucesso entre o público, que levou o nome do folhetim aos assuntos mais comentados do Twitter durante sua exibição.
É inégável o sucesso da história de Alcides Nogueira e Mário Teixeira, conquistado desde a estréia, que teve a melhor audiência do horário em 3 anos, e se sustentou assim pelo menos até o casamento de Marizete (Bruna Marquezine) e Benjamin (Maurício Destri), que aconteceu pouco tempo depois da semana do capítulo 100.
Aí então teve início uma virada na trama, e com a antecipação do "felizes para sempre" do casal "MariBen", a dramaturgia começou a perder fôlego, o que levou o romance de Margot e Grego a assumir o protagonismo. Isso também pelo fato de, além de Maria e Caio terem muitos fãs e agradarem como casal dentro e fora da ficção, os dois personagens até então eram os mais humanizados, não eram nem completos mocinhos, nem vilões.
História de Grego e Margot se tornou fio condutor
A união dos rejeitados foi claramente um dos acertos, enquanto que a aposta em muitas tramas paralelas, talvez tenha sido o que mais enfraqueceu a novela, que algumas vezes parecia não ter um fio condutor principal. A interferência da máfia (duas máfias no fim das contas), uma onda de atentados que persistiu por muito tempo, dois sequestros de Maria e as "esquetes" de humor - quase totalmente descoladas da história - acabaram dispersando a atenção em vários momentos.
Contudo, a história de amor de Grego e Margot foi ganhando cada vez mais espaço e força, até que passou a segurar a trama na reta final, não só por mérito do roteiro e direção, mas principalmente pela qualidade do trabalho de Maria Casadevall e o carisma de Caio Castro. O ator, numa relação tão simbiótica com o personagem que nem parecia estar atuando nas cenas, fez do antagonista um herói (ou anti-herói?) que roubou para si as atenções do início ao fim.
Grandes coadjuvantes que fizeram a diferença
É importante destacar o brilhante trabalho de Caroline Abras, que tinha a personagem mais complexa da história. As transformações do papel foram muitas e não só externas, com as mudanças de visual, mas também internas, e a atriz foi consistente em todos os momentos. A mensagem deixada por Ximena no final, como mulher forte e independente que ela representa, é um avanço. Desistiu da paixão não correspondida por Grego, encontrou seu caminho profissional ao fazer justiça com o dinheiro de Gabo (Henri Castelli e mostrou que não é preciso casar e ter filhos para ter seu final feliz.
Outra que merece reverências é Fabiula Nascimento: emendou uma novela na outra e foi responsável por muitos dos momentos mais emocionantes de "I Love Paraisópolis", como por exemplo a cena de Paulucha visitando Grego na cadeia nesse último capítulo. Soraya Ravenle, a Eva, eLetícia Spiller com sua divertida vilã e o fiel escudeiro Junior (Frank Menezes) fizeram a diferença e também protagonizaram pontos altos da trama. E Tatá Werneck brilhou fazendo de Danda o que ela faz de melhor, sempre: humor de muito boa qualidade.
Embora tenha perdido um pouco o embalo (e a audiência) na última terça parte, a obra manteve sua estética inovadora com a pegada da cultura pop e certamente será lembrada pelo grande público como um sucesso do horário. Até a cena final fugiu do lugar comum, e em vez do clássico "fim", Mari olhou bem para a câmera e deixou a pergunta no ar: "Acabou, ou será que está só começando?".
(Por Samyta Nunes)