Gusttavo Lima não vai mais se apresentar em Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas Gerais. Após ser revelado que o cantor receberia R$ 1,2 milhão pelo show - notícia que recebeu o deboche de Anitta -, o prefeito da cidade divulgou um vídeo anunciado que a presença do artista foi cancelada, assim como a de Bruno e Marrone - que receberiam R$ 520 mil. Os artistas se apresentariam entre os dias 17 e 23 de junho na 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus Do Matozinhos.
O prefeito de Conceição do Mato Dentro, cidade com 17 mil habitantes, afirmou que o evento "foi envolvido em uma guerra político-partidária, que nada tem a ver com a cidade". Zé Fernando (MDB) ainda afirma que a contratação do show de Gusttavo Lima e de outros artistas "foram feitos dentro da legalidade".
Além da cifra milionário, o contrato do show do marido de Andressa Suita ainda previa que a prefeitura pagasse a hospedagem de 40 pessoas da equipe do cantor "no melhor hotel da região" e se responsabilizasse com os gastos diários de alimentação, fixados em R$ 4 mil. Ainda caberia à máquina pública fornecer o transporte para o artista, músicos, técnicos e produção.
A contratação do cantor já vem sendo investigada em em São Luiz, cidade de Roraima com pouco mais de 8 mil habitantes que pagou R$ 800 mil por um show de Gusttavo. O artista, que será atração do São João de Campina Grande, foi contratado pela prefeitura do município para cantar na 24ª vaquejada da cidade, prevista para acontecer em dezembro.
O valor da contratação fez o show de Gusttavo se tornar alvo de investigação do Ministério Público de Roraima (MPRR). A proporção entre o cachê e o número de habitantes representa como se cada pessoa da cidade tivesse pago R$ 100 para assistir a apresentação.
Por meio de uma nota emitida pela assessoria, o Embaixador destacou que ele e sua equipe não compactuam com "ilegalidades cometidas por representantes do poder público, seja em qualquer esfera". "O valor do cachê do artista é fixado obedecendo critérios internos, baseados no cenário nacional, tais como: logística (transporte aéreo, transporte rodoviário, etc.), tipo do evento (show privado ou público), bem como os custos e despesas operacionais da empresa para realização do show artístico, dentre outros fatores", explica o comunicado.
Nas redes sociais, os internautas pedem que seja aberta uma comissão para investigar o uso de dinheiro público para a contratação de artistas sertanejos. Tudo começou após Zé Neto, da dupla com Cristiano, criticar artistas que fazem uso da Lei Rouanet e jogar uma indireta pra Anitta sobre sua tatuagem íntima. Na web, os fãs da cantora descobriram que o show no qual o sertanejo criticou a Poderosa foi pago com dinheiro da prefeitura. O poder executivo de Sorriso desembolsou R$ 400 mil para ter um show da dupla.
Segundo o colunista "Fefito", do "Uol", o fato de Zé Neto ter dado brecha para que fossem investigados esses usos do dinheiro público o transformou em um alvo. Ele vem sendo criticado por cantores e empresários em grupos de mensagens, já que a treta com Anitta gerou as investigações sobre os cachês.