Gusttavo Lima veio a público prestar esclarecimentos após se envolver em uma polêmica relacionada ao cachê de um show em São Luiz, cidade de Roraima com pouco mais de 8 mil habitantes. O artista, que será atração do São João de Campina Grande, foi contratado pela prefeitura do município e o espetáculo custou R$ 800 mil aos cofres públicos.
O show é parte da 24ª vaquejada da cidade, prevista para acontecer em dezembro. Além do sertanejo, Solange Almeida e Cesar Menotti e Fabiano completam o time de atrações. No entanto, o valor da contratação fez o show de Gusttavo se tornar alvo de investigação do Ministério Público de Roraima (MPRR). A proporção entre o cachê e o número de habitantes representa como se cada pessoa da cidade tivesse pago R$ 100 pelo espetáculo.
Ao G1, o MPRR afirma que solicitou à prefeitura do município informações sobre os possíveis retornos para os moradores da cidade e, também, a respeito de como os recursos foram arrecadados. O órgão deu prazo de até 10 dias para a resposta.
O valor do cachê do show de Gusttavo em São Luiz gerou debates nas redes sociais depois de um discurso de cunho político realizado pelo cantor durante um show em Brasília, o mesmo onde houve uma briga que viralizou na web.
A discussão sobre os valores recebidos por sertanejos em shows de prefeitura ganhou força depois das declarações de Zé Neto, da dupla com Cristiano, que disparou indireta com a Anitta e afirmou "que não depende de Lei Rouanet" durante um show. Na ocasião, os cantores receberam um cachê de R$ 400 mil da prefeitura de Sorriso, no Mato Grosso.
Por meio de uma nota oficial, Gusttavo Lima e a empresa que o representa, a Balada Eventos, destacaram que não compactuam com "ilegalidades cometidas por representantes do poder público, seja em qualquer esfera".
"O valor do cachê do artista é fixado obedecendo critérios internos, baseados no cenário nacional, tais como: logística (transporte aéreo, transporte rodoviário, etc.), tipo do evento (show privado ou público), bem como os custos e despesas operacionais da empresa para realização do show artístico, dentre outros fatores", explica o comunicado.
A declaração ainda afirma que cabe aos municípios a responsabilidade de aplicar os recursos com responsabilidade e que tais fiscalizações não são papel do artista. "Qualquer ilegalidade cometida pelos entes públicos, seja na contratação de shows artísticos ou qualquer outra forma de contração com o setor privado, deverá ser fiscalizada pelo Tribunal de Contas e se apurada qualquer ilegalidade, deverá ser encaminhada para a Justiça competente para julgar o ilícito eventualmente cometido", finaliza a nota.