Nesta quinta-feira (27), desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo acataram o pedido da defesa de Shantal Verdelho e desarquivaram o processo contra o médico Renato Kalil. A influenciadora acusa o ginecologista de violência obstétrica e lesão corporal durante o parto de Domênica, em 2021.
A decisão foi unânime entre os desembargadores e anula a sentença de 2022, que não reconheceu provas das denúncias de Shantal. A influenciadora acusa o médico de xingar, falar palavrões e fazer a manobra de Kristeller, não recomendada pela OMS, para agilizar o nascimento da menina. Como provas, foram usados áudios e vídeos feitos por Mateus Verdelho durante o parto.
"Só de relembrar o dia do ocorrido eu penso no que minha filha e eu tivemos que passar e me emociono, penso que justiça sendo feita não alivia o que passamos esse dia, mas muda uma sociedade que vai saber que está protegida pela justiça em seu momento mais vulnerável e que deveria ser lindo e com respeito que é o parto", declara a influenciadora, em nota enviada pela assessoria.
Se condenado pelos crimes denunciados, o médico pode pegar no mínimo 1 ano e 6 meses de reclusão, somadas as duas penas. Shantal conta com mais de 20 depoimentos de mulheres que denunciam o médico por violência sexual e psicológica.
O Conselho Regional de Medicina, CREMESP abriu processo ético disciplinar contra o obstetra, para investigar sua conduta e avaliar o pedido da defesa da influenciadora para que Renato Kalil seja impedido, cautelarmente, de exercer a medicina até que o processo ético-profissional aberto contra ele se encerre.