Rebeca Andrade, atleta que foi ouro na ginástica olímpica em Tóquio, agora pode repetir o pódio. A jovem de 22 anos se classificou para três finais do Mundial de Kitakyushu, também no Japão. Na manhã desta terça (19), Rebeca conseguiu um 15.100 nas barras assimétricas, sua modalidade preferida.
"Meu sonho mesmo era tirar um 15", admitiu a ginasta em conversa com o Globo Esporte. De acordo com Rebeca, a nota também foi citada pelo técnico, Francisco Porath, antes da competição. "Ele falava brincando que a gente tinha que tirar um 15 e pegar uma final de paralelas. É nosso sonho. Foi bem importante esse momento para mim. É meu aparelho favorito. Amo fazer paralelas", disse.
Nas Olimpíadas, Andrade conquistou o ouro pelo salto, e prata pelo individual geral. Ela não chegou a conseguir o pódio pelas barras, embora tenha se esforçado. "Eu posso estar cansada, o que for, vou sempre gostar de fazer paralelas", garantiu.
Apesar de competir há anos, Rebeca se lesionou várias vezes e chegou a passar por cirurgias em um dos joelhos, o que a tirou de outros mundiais de ginástica. Por causa disso, para preservar a saúde e a perna que passou pela lesão, a atleta optou por não competir pelo solo. Dessa maneira, poderia se dedicar mais aos demais aparelhos.
No próximo sábado (20), Rebeca Andrade vai tentar pela primeira vez uma medalha na competição. Antes das cinco da manhã, será a final do salto, para a qual ela também se classificou. Pouco depois, é a vez da final das paralelas. Só no domingo (21) acontece a final da trave.
"É um dia após o outro. Tem sempre que pensar com calma. Estou extremamente feliz, mas é fundamental estar tão concentrada e tão preparada na final quanto eu estava na classificatória", destacou a atleta, que foi uma das mulheres que mais brilharam nos Jogos Olímpicos.
Rebeca ganhou homenagens nas redes sociais pela conquista. Internautas destacaram o desempenho da atleta, que, há pouco mais de um mês, já era consagrada por artistas como Fátima Bernardes. O cantor Thiaguinho, aliás, chegou a frisar a importância de Andrade no cenário do esporte como uma mulher negra.