Franciele Fernanda da Silva Cruz, participante do "The Voice Kids", programa que movimentou a web em sua estreia este ano, foi alvo de racismo nas redes sociais e decidiu prestar queixa nesta terça-feira (10). A adolescente de 14 anos foi com a mãe, Irineia, e o professor de canto, Diego Timbó, na Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) - onde o ator Leonardo Vieira esteve na segunda (09) para denunciar ataques homofóbicos.
A integrante do reality, apresentado por André Marques este ano, foi ofendida nos comentários de uma postagem do cantor Milton Nascimento, na qual ele exaltou sua versão da música "Maria, Maria". "Fiquei muito triste mesmo. Será que ele não tem amor, senti pena também. Como ele faz isso?", questionou a menina em entrevista ao "RJTV". Ao portal "G1", ela contou que foi incentivada pela mãe. "Fiquei muito feliz quando vi o post do Milton, ainda nem tive coragem de escrever agradecendo a ele. Depois vi as ofensas, fiquei triste, mas também indignada, por isso disse para minha mãe que queria fazer uma denúncia disso. E que outras vítimas, como eu, se inspirem para denunciar também", afirmou a participante, que optou pelo time de Ivete Sangalo, cantora homenageada pela escola de samba Grande Rio no Carnaval deste ano.
Em carta aberta, Leonardo Vieira se posiciona contra homofobia
Após ser alvo de comentários ofensivos nas redes sociais, o ator Leonardo Vieira afirmou sua sexualidade e se mostrou contrário a qualquer discriminação. "Infelizmente, vivemos em um país ainda cheio de preconceitos e a homofobia é um deles. Revelar-se homosexual não é fácil pra ninguém e acredito que seja ainda mais difícil para uma pessoa pública. Sempre achei 'assumir' um termo pesado demais. Assume-se um crime, um delito, um erro e uma falta grave. Será que estou errado em ser quem sou? Será que tenho alguma culpa para assumir? Esse termo "assumir" me perseguiu como se eu tivesse cometido algum crime e que eu teria que fazer o "mea culpa" e ser condenado. Nunca me senti criminoso ou culpado por ser homosexual, eu me sentiria assim se tivesse matado alguém, ou roubado alguém ou a nação. O fato de ser gay nunca prejudicou ou feriu alguém, a não ser a mim mesmo; e não escolhi ser gay", indicou em um trecho da carta aberta.
(Por Marilise Gomes)