O ator Leonardo Vieira foi alvo de ataques homofóbicos nas redes sociais e decidiu procurar a Justiça para resolver a questão. Nesta segunda-feira (09), ele prestou queixa na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, na Cidade da Polícia, Rio de Janeiro, local onde Bruno Gagliasso também denunciou os ataques racistas sofridos pela filha, Títi.
"Exatamente por não ser crime, eu vim à delegacia prestar essa queixa porque como cidadão eu tenho esse direito, tenho obrigação de cumprir com o meu papel e trazer essa discussão para a sociedade e que isso seja levado a plenário, discutido politicamente e que passe a ser crime. Porque é crime, tem gente que morre por causa disso, famílias que são destruídas por essa questão. A delegacia tem instrumentos para identificar essas pessoas que eu não tenho. Estou dando voz às pessoas que provavelmente não são ouvidas", declarou em conversa com a imprensa ainda no local.
"Pessoas que atacam a dignidade humana não conhecem o mínimo de Direitos Humanos. Está na nossa Constituição que todos temos direito a dignidade, isso é uma coisa básica", frisou o ator. O caso será investigado pela delegacia especializada e as pessoas identificadas pelos ataques podem responder pelo crime de injúria, já que no Brasil não há um crime específico de homofobia, o que pode levar a uma pena reduzida, de até seis meses de prisão.
Leonardo finalizou agradecendo as mensagens de apoio que recebeu de fãs nas redes sociais: "Agradeço imensamente a essas pessoas que estão do meu lado, eu fico comovido".
Ator esteve com o deputado Marcelo Freixo antes de ir à delegacia
Anteriormente, de acordo com o colunista Leo Dias, Leonardo se encontrou com o deputado estadual Marcelo Freixo, na Comissão de Direitos Humanos da Alerj (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro). Através de uma carta aberta, o intérprete de Balaão na novela "Os Dez Mandamentos" da record, trama cujo filme foi vendido por R$ 2,5 milhões a Globosat, se pronunciou sobre sua orientação sexual.
"Nunca escondi minha sexualidade, quem me conhece sabe disso. Não estou "saindo do armário", porque nunca estive dentro de um. Também nunca fui um enrustido. Meus pais souberam da minha orientação sexual desde quando eu ainda era muito jovem. No início não foi fácil pra eles, pois somos de famílias católicas e com características bem conservadoras, mas com o tempo eles passaram a me respeitar e aceitar a minha orientação", escreveu o ator, vítima do mesmo tipo de preconceito que Fernanda Gentil sofreu redes sociais.
(Por Marilise Gomes)