Leonardo Vieira foi alvo de ataques homofóbicos na web e decidiu se pronunciar nesta segunda-feira (09) através de uma carta aberta. O intérprete de Balaão na novela "Os Dez Mandamentos ", trama cujo filme foi vendido por R$ 2,5 milhões a Globosat, afirmou que, tal como outros artistas fizeram em 2016 - se sente à vontade para falar de sua orientação sexual.
"Nunca escondi minha sexualidade, quem me conhece sabe disso. Não estou "saindo do armário", porque nunca estive dentro de um. Também nunca fui um enrustido. Meus pais souberam da minha orientação sexual desde quando eu ainda era muito jovem. No início não foi fácil pra eles, pois somos de famílias católicas e com características bem conservadoras, mas com o tempo eles passaram a me respeitar e aceitar a minha orientação", indica o ator.
De acordo com Leonardo, sua família o acolheu bem. "Eles puderam perceber através da minha conduta que isso era apenas um detalhe da minha personalidade. Eles entenderam que o filho deles podia ser uma boa pessoa, honesto, bom caráter, bom filho, bom amigo, mesmo sendo 'gay'. Hoje, a única preocupação da minha mãe é que eu não seja feliz. Eu posso afirmar para ela que sou feliz", escreveu em outro trecho da carta.
O ator, que pretende tomar as medidas cabíveis e prestar queixa na Delegacia deRepressão a Crimes de Informática, na Cidade da Polícia, no Rio - ondeBruno Gagliasso esteve no ano passado para denunciar ataques racistas à filha, Títi - explicou ainda porque prefere não usar o termo "assumir". "Infelizmente, vivemos em um país ainda cheio de preconceitos e a homofobia é um deles. Revelar-se homosexual não é fácil pra ninguém e acredito que seja ainda mais difícil para uma pessoa pública. Sempre achei 'assumir' um termo pesado demais. Assume-se um crime, um delito, um erro e uma falta grave. Será que estou errado em ser quem sou? Será que tenho alguma culpa para assumir? Esse termo "assumir" me perseguiu como se eu tivesse cometido algum crime e que eu teria que fazer o "mea culpa" e ser condenado. Nunca me senti criminoso ou culpado por ser homosexual, eu me sentiria assim se tivesse matado alguém, ou roubado alguém ou a nação. O fato de ser gay nunca prejudicou ou feriu alguém, a não ser a mim mesmo; e não escolhi ser gay", afirmou em mais um trecho, o artista.
(Por Marilise Gomes)