Samuel (Eriberto Leão vai tentar namorar Suzy (Ellen Rocche) na novela "O Outro Lado do Paraíso", mas não vai conseguir ter relações sexuais com ela. O personagem, um médico gay que não se assume e mantém pensamentos homofóbicos, investe na enfermeira somente para agradar a mãe, Adnéia (Ana Lucia Torre), que é contra o relacionamento de pessoas do mesmo sexo e sonha em ver o filho casado e com filhos. Preocupado, o psiquiatra procura ajuda de um especialista para conseguir transar com a namorada e destila todo seu preconceito nas cenas previstas para irem ao ar dia 6 de novembro.
Segundo informações divulgadas pelo colunista Daniel Castro, Samuel sai de Tocantins para se consultar no Rio de Janeiro com Inácio (João Cunha), um amigo que estudou com ele na faculdade de medicina, e relata seu problema de ereção. "Estou namorando. Uma enfermeira. Bonita. Já poderíamos ter tido alguma intimidade, mas enfim... Isso aqui não funciona", afirma. "Penso até em casar com essa enfermeira. Mas ela é um tanto fogosa demais, sabe? Até agora não correspondi", diz ele, que estará sendo pressionado a transar pela personagem da atriz que emagreceu 12 quilos para viver o papel.
O colega de profissão é direto com o psiquiatra e mostra conhecer bem a vida dupla que ele leva. "Samuel, vamos falar francamente. Nos conhecemos há muito tempo. Desde a época da faculdade falavam de você", afirma, para espanto do diretor do hospital. "Falavam?", questiona Samuel. O namorado de Suzy faz questão de refrescar sua memória: "Sabe que falavam. Mas não é só isso. Eu sei a verdade sobre você. Umas vezes que estava bêbado, não nego, nos conhecemos mais de perto". "Você não estava tão bêbado assim", alfineta o psiquiatra. "Só queria saber como era ter a experiência. Mas casei. Aquilo é passado. Para você não. É presente", garante Inácio.
Samuel é aconselhado por Inácio a deixar Suzy de lado e aceitar sua sexualidade e vontades sem medo. "Desista dessa enfermeira, Samuel. Sou seu amigo o suficiente para aconselhar. Desista. Leva sua vida. Hoje em dia esse tipo de opção é aceita", diz o médico carioca. O filho de Adnéia fica nervoso com o conselho para se aceitar: "Opção? Acha que se pudesse escolher, escolheria ser como sou? Minha mãe não suportaria. Eu amo minha mãe, entende? Amo. Eu odeio ser o que sou. Odeio". Inácio, então, questiona sua fala homofóbica: "Odeia ser gay?" "Odeio. Não sei porque nasci assim. Com esse desejo. Tenho horror de mim, entende? Cada vez que tenho um encontro escondido, depois tomo banho, me esfrego. Tenho nojo de mim. Nojo", declara o homem que vai se relacionar secretamente com Cido (Rafael Zulu), motorista de confiança de Sophia (Marieta Severo) - vilã que instiga a violência de Gael (Sergio Guizé) contra a esposa, Clara (Bianca Bin).
Preocupado com os conflitos internos do amigo, Inácio tenta alertá-lo que sua postura não tem solução além de se aceitar. "Samuel, não existe remédio para o desejo", afirma. "Não quero remédio. Quero apenas que isso aqui funcione. Quero que funcione com essa moça. Ou outra qualquer. Não quero que minha mãe saiba que desejo homens", assume o psiquiatra. Inácio, então, lhe prescreve um medicamento contra problemas de ereção.
(Por Carol Borges)