A novela "Éramos Seis" vai estrear na Globo no dia 30 de setembro, após o fim da atual novela das seis, "Órfãos da Terra", já nos seus últimos capítulos. A trama assinada por Angela Chaves é apresentada pela emissora carioca como mais uma versão da novela original de Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho, exibida em 1994 no SBT, que, por sua vez, foi livremente inspirada no livro de Maria José Dupré. Antes da edição na década de 90, outras três versões já haviam passado na TV: em 1958, na TV Record, em 1967 e 1977, na extinta TV Tupi. Como já se somam mais de 25 anos da mais recente e mais de 60 anos da primeira produção, o Purepeople reuniu o que será visto de diferente na versão atual e das anteriores, incluindo o livro!
Casada com Júlio (Antonio Calloni), Lola (Gloria Pires) é o fio-condutor da trama. Seus conflitos com o marido e as experiências com os quatro filhos - Carlos (Xande Valois/Danilo Mesquita), Alfredo (Pedro Sol/ Nicolas Prattes), Isabel (Maju Lima/ Giullia Buscacio), e Julinho (Davi de Oliveira/ André Luiz Frambach) - terão uma visão menos submissa em 2019. "Lola, embora ainda seja uma personagem de 1920, vem um pouco à frente de seu tempo, tem pensamentos mais atuais", disse em entrevista anterior Carlos Araújo.
Em 1994, Ana Paula Arósio, aos 19 anos, fez sua estreia nas novelas no papel de Amanda Santos, personagem que não existia na obra literária de Dupré. Até agora, a Globo não anunciou se o papel interpretado pela atriz - afastada da dramaturgia desde 2010, quando atuou em "Na Forma da Lei" - vai aparecer na nova versão. Por outro lado, duas veteranas que marcaram época nas versões de 1977 e 1994 irão fazer participações especiais. Como adiantado pelo colunista de TV Flávio Ricco, Nicette e Irene Ravache, responsáveis por dar vida à Lola nas tramas duas tramas anteriores serão mãe e tia de Lola (Gloria Pires).
Outra novidade na versão atual é a família de Inês (Gabriella Saraivah/Carol Macedo): a jovem paixão de Carlos (Danilo de Oliveira) era Carmencita e de ascendência espanhola. Seus pais se chamavam Pepa e Alonso. Na trama que se inicia em breve, ela é filha de Shirley (Barbara Reis) e João Aranha (Caco Ciocler). No entanto, o preconceito da família do rapaz o fez colocar um término em sua relação com a jovem, que conheceu Afonso (Cassio Gabus Mendes), veio com ele para São Paulo e divide com ele a criação da menina.
A novela também marcará o retorno de Susana Vieira às novelas: a atriz definiu Emília, sua personagem, como uma vilã poderosa. "Eu vou fazer má. Tô com medo. Vai ser de época. Uma 'vilã de época'. Mas é antipática", garantiu. Em 1994, ela foi interpretada por Nathalia Timberg e tinha o jeito esnobe como principal marca. Dona de um casarão luxuoso, Emília deve vir ainda mais caprichada na vilania!
Na obra original de Dupré, Emília tem uma grande família, com seis filhos e diversos netos e bisnetos. Nas versões de 1994 e na de 2019, ela só terá Justina e Adelaide. Há mais uma diferença que vale ser pontuada: no livro, as duas tem cerca de 50 anos, Justina morre no início da obra, viúva e sem filhos, e Adelaide não quis se casar. Na novela de Angela Chaves, ambas são jovens, mas não tem um convívio mínimo com a mãe. Justina (Julia Stockler) é portadora de um distúrbio mental não diagnosticado pela medicina da época e é mantida isolada do convívio social por Emília e Adelaide (Joana de Verona) estuda em um colégio interno na Europa.
(Por Marilise Gomes)