Maria Guilhermina, filha de Letícia e Juliano Cazarré, enfrenta mais uma internação e tem inspirado novos cuidados. Em um depoimento emocionante para a revista Marie Claire, publicado nesta terça-feira (21), a esposa do ator global revelou detalhes da luta em prol da vida da bebê, nascida com uma cardiopatia rara.
Letícia conta que Guilhermina foi diagnosticada com a Anomalia de Ebstein no quinto mês de gestação. "Fiquei dois dias sem chão, de luto, ressignificando tudo", disse ela. Após saber sobre a doença da filha, ela começou a estudar diversos artigos científicos sobre o tema.
Ao longo da gestação, o coração da bebê aumentou de tamanho de modo que havia o risco de os pulmões não crescerem. Poucas horas após o parto, ela já precisou passar por uma cirurgia. "A Guilhermina nasceu no dia 21 de junho de 2022, bem, rosinha, linda, chorou, veio para o meu colo. Juliano a batizou e todos se emocionaram muito. E a levaram embora para a sala de cirurgia", relata Letícia.
Ao longo de 9 meses de vida, Maria Guilhermina passou por diversas cirurgias, mas nenhum momento foi tão difícil quanto o vivido pela família em agosto do ano passado, quando a pequena tinha apenas 40 dias. "A saturação dela começou a cair muito, a médica estranhou e falou: 'Interna'", relembra Letícia, ainda em depoimento publicado pela Marie Claire.
"A frequência cardíaca começou a aumentar muito, chegou a 230 batimentos por minuto. Ela dormiu com a medicação, mas acordou 20 minutos depois, chorando, e vi que ela estava ficando vermelha, roxa, o lábio começou a inchar e o olho começou a virar. Gritei pelos médicos", relata a bióloga.
Nesse dia, Guilhermina teve uma parada cardíaca. "Não sabíamos se ia sobreviver. Lembro que nessa hora entreguei para Deus. Ela voltou a respirar com a ajuda da máquina e alguém me disse: 'Pede para o Juliano vir ficar com você'. Isso é o que acontece quando eles acham que o bebê vai morrer. Tiveram que abrir o pescoço dela de emergência para 'canular', o que causou uma lesão muito grande. A gente se despediu sem saber se ela iria sobreviver. O mais provável era que não", conta Letícia.
A cirurgia durou seis horas e correu tudo bem. No entanto, uma lesão deixou a bebê temporariamente paralisada. "Ela sentia muita dor e só começou a ter os primeiros sinais de movimento no pé direito 15 dias depois. Foi tudo muito lento. Acho que com a minha a fé, a ajuda dos amigos, da minha família consegui me manter tranquila. A única coisa que posso fazer é estar do lado dela", afirma Letícia.
De sessões de fonoaudiologia a fisioterapia três vezes ao dia, Guilhermina vinha recebendo cuidados em casa. No último dia 15, uma "infecção silenciosa", segundo palavras de Letícia, levou à nova internação no hospital.
"No dia que internou para fazer o procedimento, vi que não estava no normal dela, estava aérea. Ela sente, fica desestabilizada. Ao longo da tarde, a febre foi subindo, entraram com antibiótico. No dia seguinte ela teve um episódio de convulsão e seguiu internada para fazer exames neurológicos. Ela teve muita instabilidade na saturação, frequência cardíaca, corporal, temos que cuidar dela momento a momento para não entrar em um quadro de choque séptico, que é muito pior para reverter", explica Leticia.
Por fim, a esposa de Juliano destacou que tudo o que ela mais quer é que a filha leve uma vida normal: "É o meu maior sonho".