Mulher de Domingos Montagner, Luciana Lima falou como recebeu a notícia da morte do marido e afirmou que os filhos Leo, de 13 anos, Antonio, de 10, e Dante, de 6, a ajudam superar a dor. O ator morreu afogado no Rio São Francisco, em Sergipe, no dia 15 de setembro de 2016 durante intervalo das gravações de "Velho Chico". "Não acompanhei as redes sociais, onde o desaparecimento era assunto desde as 14h. Quando deu umas 15h, o empresário dele me ligou, eu estava no galpão. Senti um tom preocupado em sua voz. Aí começou o processo. Liguei para a escola dos meus filhos, pedi que saíssem mais cedo para evitar que deparassem com o burburinho. O mais velho estava em casa", contou à revista "Marie Claire".
Luciana, que recebeu R$ 4 milhões de indenização da TV Globo, também contou que foi comunicada sobre o acidente. Segundo a artista circense, antes de contar aos herdeiros sobre a morte do pai ela tentou evitar que as crianças fossem informadas por meio da internet ou colegas. "Assim que cheguei, disse a ele o que estava acontecendo, e ele respondeu: 'Não vai acontecer nada, meu pai sabe nadar e não pode ir contra a correnteza. Vai se deixar levar, alguém vai encontrá-lo'. Concordei e pedi para não entrar em redes sociais. Perto das 18h, chegaram os pequenininhos – muitos amigos nossos já estavam ali conosco. Expliquei o que acontecia. O do meio começou a chorar, depois o menor. Mônica Albuquerque, diretora de produção da Globo, ligou pouco depois e disse: 'Lu'. Nesse 'Lu', eu senti. 'Você não tem uma boa notícia para mim?', perguntei. Ela disse que não", lembrou.
Luciana ainda explicou como é se readaptar após a perda. "É um exercício. Estamos ressignificando os lugares que frequentávamos com ele, alimentamos memórias. Mas as crianças assimilam a perda de outra maneira: o agora é mais importante do que o amanhã", comentou ela, ressaltando que a força dos filhos a ajuda a superar a morte de Domingos, que continua tendo sua rede social abastecida: "Diariamente. É o imediatismo deles que me sustenta. Estamos aprendendo a viver nessa configuração de família".
(Por Patrícia Dias)