A morte prematura de Marília Mendonça, aos 26 anos, devido a acidente aéreo, em Minas Gerais, não calou a voz das mulheres que ela representou em sua curta carreira. A comoção nacional provou a grandeza da cantora precursora do feminejo.
Nos bastidores, Marília mostrava sua doçura, acompanhada da personalidade forte, e parceria com a família nos palcos. A pouca idade não era impedimento para brilhar, a filha de Ruth Moreira tinha uma voz potente capaz de transmitir as mais diferentes emoções através da música, mal sabia ela que deixaria a mãe um dia após seu aniversário.
Mas ao lado da sofrência, pegação e bebedeira, do amor não correspondido ou de uma traição presentes nas letras das canções que compunha, Marília quebrou paradigmas fashion. O sucesso veio ao lado de uma silhueta que fugia dos padrões tradicionais que a sociedade exige das mulheres ao longo dos anos. Essa foi apenas uma das "regras" que Marília fez questão de quebrar.
Considerada acima do peso por esses padrões e pressões estéticas, Marília Mendonça demonstrou que era uma mulher livre e inspiradora, deixando de lado os normas estéticas ao usar shorts, vestidos, saias curtas, roupas apertadas e decotadas como qualquer mulher deveria fazer. Sinônimo de mulher real, a artista ensinou a muitas outras que a força vem de dentro, e que mesmo falando sobre ser traída, mulheres também podem trair e se arrepender.
Nos últimos anos, Marília Mendonça emagreceu e passou por procedimentos estéticos. A sertaneja explicou que fez dieta por motivo de saúde e para dar conta da rotina que o sucesso impôs. Ela, inclusive, chegou a contar que ficava sem fôlego para cantar em alguns shows.
Mesmo jovem e com uma curta carreira, Marília deixou um legado não só na música, mas no coração de todas as mulheres que tiveram a jovem – que falava com simplicidade e honestidade sobre temas cotidianos a partir do olhar feminino no sertanejo –, como inspiração, não importa com qual corpo.