A cantora Marlene, que ficou conhecida como eterna rainha da era de ouro do rádio, nos anos 50, morreu aos 91 anos nesta sexta-feira (13), no Rio de Janeiro, por volta das 17h15. A artista estava internada desde sábado (7) no hospital Casa de Portugal, no Rio Comprido, Zona Norte do Rio de Janeiro, com quadro de pneumonia, e nesta sexta teve falência múltipla dos órgãos.
O velório será realizado no Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, Centro do Rio de Janeiro, neste sábado (14), a partir das 8h, por decisão da família da artista. Ainda não foi divulgado o local e horário marcados para o enterro.
A artista foi uma das maiores estrela da rádio no Brasil ao lado da rival Emilinha Borba. Nascida Victoria de Martino Bonaiute, em 22 de novembro de 1924, no estado de São Paulo, a cantora começou a cantar na adolescência, aos 13 anos, no programa "Hora do Estudante", da Rádio Bandeirantes. Ganhou o nome artístico Marlene devido a sua semelhança física com a atriz e cantora alemã Marlene Dietrich.
Nos anos 40, já cantava na Rádio Tupi, até ser descoberta pela mãe. Foi quando decidiu se mudar para o Rio de Janeiro e passou a trabalhar no Cassino Icaraí. Tornou-se uma das principais crooners do Cassino da Urca e com a proibição do jogo enveredou por outras boates e locais famosos da noite carioca, como a Boate Casablanca e o Copacabana Palace, que a tornou uma das mais admiradas vozes da elite da cidade.
Em 1949, venceu o concurso Rainha do Rádio, promovido pela Rádio Nacional, entrando no grupo das maiores estrelas populares da época. Foi quando protagonizou uma disputa com a maior estrela da emissora na época, a cantora Emilinha Borba. O ápice da disputa, que mobilizava os fãs-clubes das duas estrelas, foi a votação do concurso que deu a vitória para Marlene, que teve o apoio publicitário de uma fábrica de bebidas.
Após o título, Marlene ganhou o programa "Duas Majestades", além de uma participação no Programa Manoel Barcelos. Já a rival era a estrela exclusiva do Programa César de Alencar.
De origem humilde, foi interna no Colégio Batista Brasileiro, de São Paulo, dos 4 aos 17 anos. Trabalhava ali mesmo para custear seus estudos e costumava representar a escola nas competições esportivas intercolegiais.