Mateus Solano está brilhando cada vez mais na pele de Félix. O vilão, que chegou a jogar a sobrinha em uma caçamba de lixo, entre outras maldades, fez uma reviravolta em "Amor à Vida", que chega ao fim na sexta-feira (31), e conseguiu encantar o público e até mesmo os outros personagens. Para Mateus, a aceitação de Félix, mesmo sendo homossexual, não chegou a ser uma quebra de tabu.
"Ajudamos a colocar um foco nessa questão. Walcyr Carrasco (autor) com o texto, toda a composição da direção e o carisma que consegui colocar na construção do personagem fizeram o público gostar dele e aceitá-lo. Diferentemente dos homossexuais só caricatos, Félix possui afeto. Até as pessoas preconceituosas torceram por ele e por um final feliz com Niko (Thiago Fragoso)", disse o ator, em entrevista à revista "Contigo!".
Mateus Solano garante que não teve medo de ser hostilizado e ficar marcado por interpretar um gay mau-caráter. Para o ator, o rótulo faz parte da sociedade, que ainda está muito atrasada em relação a aceitação dos homossexuais. "É inacreditável, mas as pessoas ainda têm preconceito. Muito mais triste que um gay no armário é ver os outros não aceitando a pessoa como ela é. Todo mundo está no armário. O preconceito está no armário", pontuou.
Por outro lado, Mateus afirma não sentir falta de um beijo entre Félix e Niko. "Existem diversas demonstrações de carinho entre os personagens e, por isso, acho que não faltou beijo", acredita.
E contou que, para ele, é "delicioso" interpretar um texto cheio de piadas preconceituosas. Parte delas, aliás, caíram na boca do povo. "Ele é uma válvula de escape na sociedade politicamente correta que vivemos. O mundo está muito politicamente correto, um saco", desabafou.
Já conhecido do grande público, Mateus ganhou ainda mais notoriedade com o Félix. Para ele, no entanto, nem sempre a fama é positiva: "A única coisa boa de ser famoso é ganhar presente. Não compro mais roupas, produtos, e ganha-se muito dinheiro e tal...". E finalizou dizendo que sente-se incomodado mesmo é com a falta de privacidade: "Não poder viver a minha vida é muito ruim. Tem muita gente que quer e gosta de aparecer, mas eu não. Sou o Mateus, não o Félix".