2018 foi um ano muito importante no empoderamento feminino! Palavras como sororidade e feminismo estiveram em voga e denúncias contra assédio se destacaram no cenário artístico e ainda jornalístico no Brasil e no mundo. No entanto, ainda é comum muitas mulheres se sentirem acuadas ou com medo quando sofrem situações de violência. Por isso, o Purepeople apoia o Governo Federal e o Ministério dos Direitos Humanos na campanha que reforça a diferença entre amor e relacionamento abusivo, através da hashtag #vctemvoz e do Ligue 180. A denúncia é necessária diante de agressões, sejam elas físicas, patrimoniais, sexuais, morais ou psicológicas.
Um avanço importante no combate à violência foi a tipificação do crime de feminicídio, sancionada há três anos. O crime é definido como assassinato de mulheres em situações relacionadas a agressões domésticas ou por conta do menosprezo e discriminação à condição de gênero. Parece complicado, mas muitas vezes ele é a consequência final de uma situação que é presenciada no dia a dia por muitos: o ciúme exagerado que opina e faz a mulher mudar de roupa, disfarçado de cuidado; a constante desvalorização das atitudes da companheira, sem levar em conta a opinião dela no cotidiano; o cerceamento de suas escolhas - sejam elas relacionadas à carreira e religião, por exemplo. Tais atitudes são nocivas à sociedade como um todo e podem ser denunciadas através do canal 180, de modo sigiloso e anônimo, não só por quem sofre diretamente com a situação, como também por testemunhas, sejam elas familiares da vítima ou até desconhecidos que presenciaram tais situações em locais públicos.
Só no primeiro semestre deste ano, o Ligue 180 recebeu quase 73 mil queixas, como comprovou um balanço do Ministério dos Direitos Humanos (MDH) divulgado em agosto deste ano. Entre tais agressões, estão crimes como violência doméstica, psicológica, patrimonial e até mesmo cárcere privado. Em 2016, quase 5 mil mulheres foram assassinadas no Brasil - o que representa que a cada 100 mil brasileiras, 4,5 são vítimas de feminicídios, de acordo com dados da Mapa da Violência.
(Por Marilise Gomes)