O primeiro dia do julgamento de Daniel Alves foi marcado pelo depoimento da jovem de 24 anos que acusa o jogador brasileiro de estupro em uma boate da Espanha no penúltimo dia de 2022. O atleta está preso há pouco mais de um ano e fortes fatos devem levá-lo à condenação após três dias de tribunal, quando cerca de 30 pessoas serão ouvidas.
Além da suposta vítima, três funcionários da boate Sutton, uma amiga e uma prima da denunciante também passaram pelo tribunal, onde Daniel só será ouvido na quarta-feira (7), atendendo um pedido da defesa e após apresentar cinco versões diferentes para o crime do qual é acusado.
Já nesta terça-feira, 22 pessoas vão prestar depoimentos, entre elas Joana Sanz, mulher do lateral. Com chance de ser condenado a nove anos, no mínimo, Daniel se sentou no banco dos réus por volta das 10h30 e não esboçou reação com os depoimentos, segundo a "Folha de S.Paulo".
A mulher que acusa o lateral de estupro depôs por 1h15 e teve sua identidade, fala e imagem preservadas pelo tribunal, apesar de ter sido exposta pela mãe do jogador. Depois, quem se pronunciou foi uma amiga dela, que chorou mais de uma vez ao fazer seu relato. "Fomos jantar na minha casa e depois fomos para a zona de Tusset para um bar onde nos dão um desconto para entrar na boate antes das 2h", iniciou.
"Estávamos dançando na parte geral e, em frente, na mesma altura, fica a área VIP. Dois ou três mexicanos desceram e perguntaram se queríamos ir com eles para lá. Nós concordamos e fomos com eles", prosseguiu, dizendo que na área reservada ela e a vítima se encontraram com o brasileiro.
"Ele teve uma atitude nojenta, colocou a mão nas minhas costas e quase tocou na minha bunda. Minha amiga disse 'ele tocou na minha vagina'", garantiu. "'Ele ejaculou dentro, me machucou muito'. A conheço desde os três anos e nunca a vi chorar daquele jeito", continuou.
A amiga da vítima negou que tenha havido sexo consensual e relatou ofensa por parte de Daniel para ela, a denunciante ("você é minha pu*****"). "Ela estava em choque, até hoje está muito mal, perdeu muito peso, está ansiosa. Reduziu seu círculo de amigos porque não confia em ninguém", afirmou.
Já a prima da vítima relatou que Daniel colocou a mão nas regiões íntimas delas e confirmou o que a amiga delas havia dito. "Minha prima não dorme, começou a tomar antidepressivos. Não tomava nem paracetamol para enxaqueca. Ela mal sai de casa", finalizou.