O julgamento de Daniel Alves teve início nesta segunda-feira (5) em Barcelona, na Espanha, mais de um ano após a prisão do jogador, cuja defesa sofreu nova derrota em pedido às vésperas do começo do tribunal. A tendência é pela condenação do lateral da Seleção brasileira após três dias de júri, onde deverão ser ouvidas quase 30 testemunhas.
Daniel é acusado de estuprar uma jovem de 23 anos em boate espanhola no penúltimo dia de 2022. Caso seja condenado, o brasileiro que já apresentou cinco diferentes versões para a acusação pode ficar preso de nove a 12 anos.
Além dessas constantes trocas de versões, outros cinco fatores complicam a situação do camisa 13 da Seleção, que pode apelar para o uso de um documento perdido. Saiba!
O jogador de 40 anos foi preso em 20 de janeiro de 2023 e nesse pouco mais de um ano já apresentou cinco versões diferentes, sem nunca ter admitido o abuso sexual. Em um primeiro momento, negou conhecer a jovem, que teve sua identidade exposta pela mãe do brasileiro.
Depois, contou que a vítima entrou no banheiro quando ele já estava no local. Na terceira versão, Daniel afirmou que a jovem fez sexo oral com ele sem sua permissão e, por fim, de forma consensual fizeram sexo.
Na quarta versão, usou o casamento com a modelo Joana Sanz para justificar o motivo de ter mentido nas versões anteriores. Por fim, alegou estar sob efeito de drogas.
Por outro lado, a jovem desde 2 de janeiro do ano passado apresenta a mesma versão contra Daniel Alves.
Exames médicos comprovaram a presença de sêmen nas roupas da vítima, tanto no vestido como nas peças íntimas. O fato dela ter apresentado um hematoma no joelho reforça a sua versão de queda no banheiro durante o abuso sexual.
Material genético dela foi encontrado na caixa de descarga do banheiro e dele, no piso do local. Um teste confirmou serem materiais genéticos de ambos. Além disso, o exame indica que houve sexo com penetração, fato negado pelo brasileiro em uma das versões.
O circuito de segurança da boate também deve levar Daniel à condenação. Isso porque elas mostram a vítima em um estado que indica fragilidade ao deixar o banheiro. A denunciante ficou cerca de 15 minutos no local, mais de sete vezes mais que o tempo estipulado pela defesa de Daniel.
Já imagens de um tênis branco perto do banheiro onde ocorreu o fato também podem ser usadas para a condenação. A defesa afirma que o sapato não era do atleta, enquanto que a acusação atesta ser dele o calçado.
No início do caso, Daniel afirmou ter ficado vestido e, portanto, sem ter abusado da jovem. Porém, a denunciante descreveu em detalhe uma tatuagem íntima dele.
Por fim, desde a prisão, Daniel Alves já teve o pedido de habeas corpus negado mais de uma ocasião. Uma juíza entendeu haver "indícios suficientes" para manter o atleta preso.