Um reforço de peso chega ao elenco de "Amor à Vida" no capítulo que vai ao ar na quinta-feira (26). José Wilker entra na trama para viver Herbert, um colega de César (Antonio Fagundes) que vai ser apresentado como diretor clínico do hospital. Em conversa com o Purepeople, o ator fala sobre as primeiras gravações e o possível envolvimento de seu personagem com a própria filha na ficção.
Para quem não se lembra, foi Wilker quem fez a narração das chamadas de "Amor à Vida", que diziam: "O seu novo amor das nove". Agora, pouco depois do centésimo capítulo do folhetim, ele estreia na pele de Herbert, um médico que já tem um passado complicado envolvendo Ordália (Eliane Giardini), Gina (Carolina Kasting) e até Márcia (Elizabeth Savala).
Para o ator, chegar agora ao elenco não é problema nenhum: "É normal, porque eu conheço todo mundo, estou trabalhando com pessoas com as quais eu convivo há anos. Convivo com o Fagundes desde 1970, com Ary Fontoura também, há muito tempo, dirigi a Eliane 20 anos atrás e nós fundamos a Casa da Gávea juntos. São amigos meus, já tenho conhecimento do que cada um faz", lista Wilker, que este ano completou 66 anos.
Muito antes de Herbert voltar ao San Magno, ele já era motivo de briga entre Ordália e Márcia. A mulher de Denizard (Fulvio Stefanini) acusou a ex-chacrete de ter roubado seu namorado, o pai de Gina. Mas o que aconteceu com o médico nessa época ainda é mistério também para seu intérprete. "Olha, eu não tenho ideia de qual é o passado dele na história, além do fato de que ele teria conhecido a Ordália. Gravei algumas cenas no hospital, quando ele é nomeado diretor clínico, e depois com o César, conversando sobre a vida dele, os problemas... Os dois foram colegas de faculdade e o Herbert teria trabalhado nesse hospital. Mas também não fico curioso, eu vou me deixando surpreender".
Com toda a tranquilidade que a experiência na profissão lhe traz, Wilker demonstra serenidade na preparação para mais um trabalho: "O que eu fiz foi eventualmente ver a novela, no meu tempo livre (porque eu estava bastante ocupado), para me ambientar. E tive reuniões com a direção, o Mauro Mendonça Filho, que me orientou. Nós conversamos sobre a condução do personagem". Veterano na TV, ele não demonstra ansiedade: "Para mim é como no jogo do bicho, vale o escrito. Vou pegando o comportamento do personagem a partir do texto que recebo, e como numa novela tudo pode acontecer, não vou imaginar ou prever o que vai acontecer. Vou verticalmente fundo em cada cena".
Seu último papel em novelas foi em 2012, como o Coronel Jesuíno no remake de "Gabriela", exibido no horário das 23h, na Globo e escrito pelo mesmo autor da atual novela das nove. "No texto do Walcyr Carrasco as personagens nunca são de uma face só, são sempre complexas, com muitas características, como todos nós. O Jesuíno, por exemplo, era um brutamontes machista, mas se revelava uma pessoa que transitava no terreno do afeto com muita dificuldade. No final, ele perdeu tudo por amor. Amor esse que expressava de maneira brutal. Gosto desse modo do Walcyr escrever personagens que não são monomotivadas", elogia o ator.
Pelo que já foi dito na trama, há grandes chances de Herbert ser o pai de Gina. Contudo, os dois acabam se conhecendo por acaso, quando o médico quase atropela a moça. Surpreendentemente, começa a rolar um clima entre os dois, dando margem para um possível romance incestuoso. "Essa é uma possibilidade, mas eu não sei dos desdobramentos. Já gravei com a Carolina uma cena em que eles vão ao cinema, e depois uma em que Herbert a leva em casa. De qualquer forma, ninguém está 'batendo os olhinhos'... (risos). Não somos adolescentes, a gente está fazendo uma coisa adulta", afirma José Wilker.
(Por Samyta Nunes)