Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso falaram pela primeira vez em uma entrevista sobre o crime de racismo sofrido pelos filhos mais velhos do casal, Títi e Bless, e também sobre um grupo de Angolanos que estavam no restaurante Clássico Beach Club, em uma famosa praia de Portugal.
Na ocasião, a youtuber partiu para cima da mulher, que xingou as crianças e as mandou "voltarem para África" apenas por causa da cor da pele. Enquanto Giovanna, aos gritos, confrontava a mulher, Bruno ligou para a polícia que a levou presa.
Em entrevista a Maju Coutinho para o "Fantástico", o casal se emocionou ao relembrar o que aconteceu no restaurante, que baniu a mulher de todos os bares da rede. "Ela começou a xingar as crianças e também uma família de uns 15 angolanos. O gerente pediu pra ela ir embora, mas ela começou a xingar alto e a gente ouviu. O Bruno mandou chamar a polícia, e neste momento eu percebi que eram falas racistas. Ela estava dizendo 'pretos imundos, voltem pra África, Portugal não é lugar de vocês'", descreveu Giovanna.
"Acho que ela nunca esperava que uma mulher branca fosse combatê-la como eu fui. Eu sei que eu como mulher branca vou ter a fala validada, o que não acontece com outras mulheres, mães pretas que agem assim e são chamadas de raivosas, loucas. Falam [para elas] que o racismo não existe", desabafou a artista, que recebeu o apoio de amigos famosos.
"O que será que teria acontecido se eu e minha mulher fôssemos pais pretos de crianças pretas? Será que seríamos validados como fomos e ela teria sido retirada presa do restaurante?", questionou o ator.
Maju Coutinho questionou a artista sobre um suposto confronto físico entre e ela e a mulher. "Ocorreu", assumiu Giovanna, com lágrimas nos olhos. "A minha mulher não agrediu, ela reagiu. Não confunda a reação do oprimido, com a reação do opressor", interrompeu Bruno.
Bastante emocionada, Giovanna contou qual foi a reação dos filhos diante do episódio. "Foi a primeira vez que minha filha me viu combatendo o racismo de frente. Ela ficou muito assustada. O Bless não percebeu muita coisa porque ele tava brincando, mas a Títi percebeu tudo", explicou.
"O Zyan, de 2 anos, vai estar vivendo [o racismo] o tempo todo. Com 2 anos ele já viu a irmã mais velha dele acuada, sentada, vendo a mãe e o pai discutindo com uma mulher branca, racista. Ele não vai precisar ser introduzido como nós fomos, porque ele vai crescer vendo isso", lamentou.
"É muito cruel pensar que duas crianças, de 9 e 7 anos, já têm que estar preparados para viver e combater o racismo. Crianças em todo o mundo passam por isso e suas mães não têm voz para gritar, como eu tive voz para gritar por isso", completou Giovanna.