William Bonner revelou que o filho, Vinícius Bonemer, está sendo vítima de uso indevido de identidade e CPF. Dados do universitário foram usados para entrada de pedido de auxílio emergencial por conta da pandemia do novo coronavírus. Recentemente, Simone e Simaria também alertaram para uso o nomes deles em golpe pela internet. "Interrompo meu silêncio no Twitter para denunciar uma injustiça e uma fraude com dinheiro público", justificou o jornalista citando que desde o dia 9 não postava nada no microblog.
O âncora do "Jornal Nacional", no qual emocionou a web com reflexão sobre a pandemia do novo coronavírus, explicou que os golpes não são recentes. "Estelionatários têm usado há 3 anos o nome e do CPF de meu filho para fraudes, como a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras", afirmou o marido da fisioterapeuta Natasha Dantas. Bonner escreveu ainda que as medidas já foram tomadas. "Constituí advogados para encerrar todas as falcatruas, devidamente denunciadas à polícia, com queixas registradas em boletins de ocorrência", frisou.
O ex-marido de Fátima Bernardes, mãe de Vinícius, contou ainda que se pensou em fazer uma alteração no número do CPF do irmão de Laura e Beatriz. "A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF. Mas, no Brasil, a vítima de golpes dessa natureza precisa passar por uma longa provação, em que tempo e dinheiro se esvaem no desenrolar do processo burocrático", justificou Bonner, clicado em programas culturais com os filhos, mulher e com Fátima. "Por justiça, não deveria ser assim. Meu filho e qualquer cidadão vítima de estelionato precisariam ser defendidos pela burocracia, em vez de punidos por ela", criticou.
Na sequência do relato, o jornalista escreveu: "Somos brasileiros. Temos combatido cada nova fraude com persistência e resignação. Mas elas não param. E aí entramos na questão da proteção do dinheiro público". "Na terça, dia 19, fui informado de que o jornal 'Meia Hora' tinha obtido documentos do suposto registro de meu filho no programa de auxílio emergencial do governo. Meu filho não pediu auxílio nenhum, não autorizou ninguém a fazer isso por ele. Mais uma fraude, obviamente", atestou ele, que já havia reclamado dos serviços de telemarketing.
"Mas, desta vez, o que vem à tona é ainda mais grave. Pelos critérios do programa de auxílio emergencial, alguém nas condições sócio-econômicas do meu filho não tem direito aos 600 reais da ajuda", continuou o âncora do "JN". E se surpreendeu com a aprovação do pedido fraudulento. Portanto, quem quer que viesse a usar o nome, o CPF e dados pessoais dele deveria receber como resposta ao pleito um 'não'. Mas, pelo que vimos ao consultar o site do Dataprev, o pedido de auxílio feito por um fraudador foi aprovado", acrescentou.
E Bonner explicou como se deu a fraude. "O fraudador provavelmente indicou que não tinha conta bancária e abriu a conta específica da Caixa - a que, obviamente, meu filho não tem acesso. Portanto, sequer sabemos se o dinheiro foi depositado e se foi sacado", disse. "Leio no 'Globo' que a Dataprev não verificou na Receita se os CPFs, embora pertencentes a pessoas sem renda própria, eram de dependentes de cidadãos com renda (como filhos, filhas,parceiros,parceiras). Quantos entre esses foram vítimas de fraudadores, como aconteceu com meu filho?", questionou. "Quantos entre esses realmente fraudaram o programa? Meu filho não fraudou, é vítima e pode provar", atestou.
O jornalista criticou ainda o serviço. "Não se zelou pela aplicação do dinheiro público? Quem protege os cofres públicos da ação de estelionatários ou de pessoas mal intencionadas? (...) Neste caso, o crime é contra ele, contra todos os que tiveram seus nomes indevidamente usados, e também contra todos os brasileiros, porque ataca os cofres públicos", disparou Bonner, que chegou a se afastar das redes sociais. "De nossa parte, apresentaremos nova queixa-crime. Da parte dos gestores do auxílio emergencial, esperamos apuração rápida da fraude, para que se resguardem o patrimônio público e a confiança dos cidadãos nos mecanismos de controle desse programa", pediu.
(Por Guilherme Guidorizzi)