Domingos Oliveira morreu na tarde deste sábado (23) em sua casa, no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro. Ator, cineasta, diretor, dramaturgo, Domingos acumulava trabalhos no mundo das artes em quase 60 anos de carreira. Muito querido por seus companheiros de profissão, o artista foi homenageado por nomes como Fábio Assunção e Maria Ribeiro logo após a notícia de sua morte. "Domingos Oliveira. Dramaturgo, diretor, ator, poeta. Descanse em paz. Sentimentos à família", escreveu o ator, alvo de piadas no Carnaval. Ex-namorada de Fábio, Maria Ribeiro, que engatou um romance com o diretor de cinema Fernando Fraiha no início do ano, usou sua rede social para agradecer os momentos que passou ao lado de Domingos. "Obrigada, meu amor", limitou-se a escrever. Mais tarde, ao ir até a casa de Domingos levar seus pêsames à família, a artista falou em entrevista a TV Globo: "Domingos era o nosso Woody Allen. Ele era imenso e eu espero que a obra dele seja cada vez mais vista e que todo mundo saiba quem foi Domingos Oliveira".
Mulher de Domingos Oliveira, Priscilla Rozembaum falou rapidamente com a imprensa na porta de sua casa. "A vida para ele sempre foi uma festa e ele queria morrer em casa. Ele já estava mais fraquinho, e ele morreu como queria. Estávamos eu, a neta dele e ele. Nós jogamos um pôquer de dados, e depois ele falou: 'Estou com sono', e foi, sem nenhum medo, sem nenhuma angústia. Eu estou sentindo uma dor que eu não pensei que existia, mas eu sabia que estava na hora de ele ir já, porque ele já estava sofrendo com a doença de Parkinson, e estou com a saudade imensa já", afirmou a atriz, com quem Domingos estava casado há 38 anos.
Além de já enfrentar dificuldade para caminhar, nas últimas duas décadas Domingos Oliveira lutava contra o Mal de Parkinson. A doença degenerativa do sistema nervoso central é progressiva e causa, além de tremores nas mãos, movimentos mais lentos. A mesma enfermidade acometeu a mãe de Xuxa Meneghel, dona Alda, que morreu aos 81 anos em 2018 após chegar ao estágio mais avançado da doença. Dona Alda conviveu com o Mal de Parkinson por 10 anos. Em um depoimento emocionado, Xuxa contou como a mãe sempre lidou de forma positiva, apesar das dificuldades impostas pela doença. "Mãe, quando a senhora começou andar de cadeira de rodas a senhora atropelava a gente e ria, andando de carrinho acelerava e levava os netos de carona, quando começou parar de poder pintar com pincel usou os dedos e as pinturas eram simplesmente mais lindas... Quando não podia mais falar tentava se expressar com os olhos... E que olhar... Hoje na cama sem poder mexer nada vejo o quanto tenta estar aqui viva pra gente", escreveu. Em 2017, a atriz Eva Todor também morreu aos 98 anos após conviver por anos com o Mal de Parkinson, doença que a fez ficar reclusa e sem trabalhar por um longo período.