Chegou nesta terça-feira (25) ao catálogo da Prime Vídeo o documentário "I Am: Céline Dion". A produção mostra a luta de uma das maiores cantoras do mundo contra a Síndrome da Pessoa Rígida, uma doença neurológica rara que causa espasmos e rigidez muscular. A estrela revelou o problema de saúde ao público em 2022.
Na cena mais forte do documentário, Céline tem uma convulsão por conta da doença diante das câmeras. Em entrevista à revista Variety, a diretora Irene Taylor disse que foi pega de surpresa pela crise e decidiu registrar tudo. No entanto, a inclusão das cenas foi uma exigência da própria cantora.
Irene descreve que a convulsão aconteceu de repente, depois de dois dias de trabalho muito bem sucedidos. "Ela estava de bom humor. Nós pensamos: 'Uau, isso foi ótimo para ela'. E então as coisas pioraram muito rapidamente", relembra.
A diretora conta que nunca chegou a conversar com Céline sobre o que fazer diante de uma eventual crise. "Nunca tivemos essa conversa, porque presumimos que isso não aconteceria", diz Irene.
Com Céline cercada de profissionais especializados para socorrê-la, Irene, então, decidiu registrar o momento. "Eu percebi: Quer saber? Eu também tenho um trabalho a fazer. Não sei o que vamos fazer com essa filmagem, mas vou continuar filmando, porque estou filmando com Celine há oito meses, e ela não só nunca me pediu para parar de filmar, ela especificamente me disse: 'Não peça minha permissão, apenas faça'. Então eu simplesmente fiz meu trabalho nesse sentido. Mas a minha parte humana estava muito desconfortável", confessou.
Irene só mostrou a cena para Céline depois de editá-la. Os cerca de 50 minutos de tensão foram reduzidos a 5 minutos e foram exibidas para a cantora já dentro do contexto do filme.
"Foi tão intensamente revelador que eu não queria mostrar a ela fora do contexto, nem queria mostrar a ela a filmagem bruta. Quer dizer, eu teria feito isso se ela perguntasse, porque ela estava apenas semiconsciente quando isso aconteceu. De qualquer forma, mostrei a ela meu belo corte bruto, e a primeira coisa que ela disse foi: 'Acho que este filme pode me ajudar'. Acho que ela quis dizer muitas coisas com isso. E então ela disse: 'E eu não quero que você corte essa cena, e não a corte'", relata a diretora.
Céline quis entregar uma visão realística do que enfrenta e não pediu o corte nem mesmo dos momentos mais desconfortáveis. "Eu estava tipo, 'Bem, e aquela parte em que você está chorando e eles estão colocando algo no seu [nariz]...?'. Na verdade, eu retirei as partes que para mim eram [potencialmente perturbadoras ou invasivas]. Ela disse: 'Está tudo bem. Eu disse que não quero que você corte. É isso que eu passo'", concluiu.