No ar como a exigente e incansável professora Gabriela na novela "Malhação: Vidas Brasileiras ", Camila Morgado, que cogita criar perfil no Instagram para estreitar o contato com os fãs, em entrevista ao Purepeople, assim como a atriz Chandelly Braz, comemora os avanços do feminismo e fala qual foi o momento mais difícil que viveu como mulher. "O pior que já passei por ser mulher foi o assédio. Acho que não tem uma amiga que não tenha passado por algum assédio. Eu já fui assediada e é sempre muito ruim. Hoje estamos em outro momento de vida. Nós mulheres só temos o que agradecer porque antigamente era mais difícil. A gente não entendia. Hoje é muito legal porque esses jovens que trabalham comigo na novela já têm isso na cabeça. As meninas têm muito isso, essa liberdade no corpo, essa posição que elas entendem melhor o que assédio", explica a atriz que ficará balançada com a chegada de Carmo Dalla Vecchia na trama teen.
A exemplo de Adriana Esteves, que lamentou já ter sido assediada, Camila exalta a importância de não se calar diante da situação. "Eu passei por alguns que fica essa coisa meio dúbia, isso de 'Será que isso é normal, ou você que não deveria se vestir assim? Você provocou?'. Então, hoje, isso não é mais tolerável. O que para gente é uma vitória enorme! Hoje temos mais força porque a gente entende. Está tudo mais claro. É um ganho maravilhoso".
Ainda sobre o episódio de assédio, Camila relembra o que foi mais difícil de enfrentar nessa ocasião. "Na época, eu era bem mais nova. Isso me deixou muito triste porque na minha cabeça eu pensei que pudesse ter provocado alguma coisa. Claro que eu não sabia que não era. Eu me senti invadida. Foi muito ruim pra mim. É ruim também porque às vezes você não tem com quem falar. Claro, que na ocasião a gente tem amigas, a gente comenta, a gente troca muito. Mas a sociedade era muito machista, continua sendo. No fundo, a gente não sabia que era permitido. Mas a sociedade é tão repressora, que às vezes você mesmo esquece que aquilo está errado. É sempre muito ruim".
(Por Helena Marques)